domingo, 17 de fevereiro de 2008

Filosofia polìtica - 1 -

[......] Eu preciso estudar a maneira pela qual uma sociedade consegue conjugar dinamismo econômico e alto nìvel cultural e educacional para o maior nùmero de pessoas possìvel. Isso significa concretamente alcançar uma inteligência do polìtico na consideração e no tratamento dos males sociais mais graves, inteligência que supõe a possibilidade de limitar na medida do possìvel a quantidade de indivìduos saindo da sociedade, muitas vezes de maneira violenta. Todas essas questões estão no primeiro plano polìtico, e a resposta para elas depende primeiro do governo e da classe polìtica. A solução reside, na quasi-totalidade dos casos, no estabelecimento de uma relação adequada entre o Prìncipe e o povo, como tinha visto Machiavel, e na capacidade daquele que està habilitado a exercer efetivamente o poder - o que é todo o contràrio do totalitarismo - a partir da seleção dos objetivos a alcançar até a realização integral, incluindo os detalhes mais locais, do que foi decidido. [.....]

[.....] ademais eu sempre tive horror do pensamento aproximativo, impreciso e irreal e acredito que o valor de um pensamento - como de um projeto polìtico - està na faculdade de se afrontar com os detalhes que formam a substância da realidade. [.....]

[....] Muitos erros na gestão de affaires pùblicas vêm de seu "esquecimento" e de uma ignorância sideral, no seio do aparelho do Estado, de uma arte de governar que permanece o que a filosofia pode dar a melhor contribuição. O mundo polìtico ainda deve ser construìdo.

[....] como construir seriamente hoje um projeto polìtico ? Eu pensei sobretudo que seria honesto e filosòficamente indispensàvel de considerar [....] à inquietude do nosso devir. Eu não sei verdadeiramente até que ponto ela é determinante da filosofia, justamente porque se as razões da inquietude são verdadeiras, filosofar seria assaz vão. È certamente o ùnico senso vàlido, na lògica, para o engajamento polìtico.

- Nicolas Tenzer - Pour une nouvelle philosophie politique - Retour au bon gouvernement - 40 - 43




A crise filosòfica da democracia


[....] A crise polìtica é então em primeiro lugar uma crise de projetos, e para ir além, uma crise da construção do projeto. [.....]

[.....] Na realidade, a polìtica não tem suficientemente julgamento e espìrito de decisão por causa de um congestionamento de conceitos filosòficos as vezes duvidosos, de uma utilização pouco rigorosa da filosofia, de um embaraço das remanências teòricas que desviam. Nòs nos acreditamos então autorizados a analizar a crise polìtica como resultando de um desvio filosòfico e como o sinal de um esquecimento das regras fundamentais da filosofia. O problema polìtico mais importante poderia ser de conseguir filosòficamente uma emancipação da filosofia e de realizar um retorno ao fato.

- Nicolas Tenzer - Pour une nouvelle philosophie politique - Cap. 2 - A crise filosòfica da democracia - pg. 48 - 49.



Crise polìtica, resultado de um desvio filosòfico

[.....] Como considerar nossos valores, decidir e argumentar, sem se referir a um absoluto ou a uma verdade ? Em outras palavras, como aprender a emancipar o valor dos valores de sua verdade e o projeto polìtico de um fundamento filosòfico ? [....]

[.....] Entre uma autoreferência impossìvel e um universalismo improvàvel, como nòs podemos navegar ? [....]

- Nicolas Tenzer - Pour une nouvelle philosophie politique - Cap. 2 - A crise polìtica, resultado de um desvio filosòfico.




Uma Regra Importante !


[....] quando o filòsofo quer fazer polìtica, ele deve impor silêncio a sua filosofia e, como qualquer cidadão, ele deve aceitar de descer no reino da opinião. Quando um polìtico faz polìtica, ele pode se apoiar na filosofia para compreender a realidade, e não para dar alguma autoridade a seu projeto. O esquecimento dessa regra tem as vezes consequências funestas: nòs esquecemos particularmente que um adversàrio belicoso da democracia luta com armas na mão, e não com a filosofia. Trata-se primeiro de condena-lo pelo que ele faz ou quer fazer e não pelo que ele diz. O que é primeiro abominàvel não é que o que ele diz é falso, mas as consequências que isso provoca. Nòs não precisamos esperar de ter fundado na razão a falsidade do racismo para combatê-lo. O que està em jogo não é a filosofia, mas os valores em que nòs acreditamos.

- Idem -

Um comentário:

Wiklich disse...

Obrigada!
muito tempo procuro por esse nome,
*Hannah Arendt*