sexta-feira, 4 de abril de 2008

Franc-maçonnerie - L'écossisme

"A Ordem se une com os Cavalheiros de Saint-Jean de Jérusalem"

Primeira parte

[....] As ordens religiosas foram estabelecidas para tornar os homens cristãos perfeitos; as ordens militares, para inspirar o amor da bela glòria; a Ordem dos Free-Maçons foi instituìda para formar homens amàveis, bons cidadãos e bons sujeitos, inviolàveis nas suas promessas, fiés adoradores do Deus da Amizade, mais apaixonados pela virtude do que das recompensas. [.....] Não é porque nòs nos limitamos às virtudes puramente civis. Nòs temos entre nòs três espécies de confrères, os Noviços ou Aprendizes, os Companheiros ou os Profés, os Mestres ou os Perfeitos.
Nòs explicamos aos primeiros as virtudes morais e filantròpicas, aos segundos, as virtudes heròicas; aos ùltimos, as virtudes surhumaines e divinas. De maneira que nosso instituto contem toda a filosofia dos sentimentos, e toda a teologia do coração. [.....].
[.....] As obrigações que a ordem vos impõe, são de proteger vossos Confrères com vossa autoridade, de esclarece-los com vossas luzes, de edifica-los com vossas virtudes, de socorre-los nas suas necessidades, de sacrificar todo ressentimento pessoal, e de procurar tudo o que pode contribuir para a paz, a concorde e a união da Sociedade.Nòs temos segredos; são sinais figurativos e palavras sagradas, que compõem uma linguagem ora muda e ora muito eloquente, para comunica-la na distância mais longa, e para reconhecer nossos Confrères de qualquer lìngua ou qualquer paìs que existam.
[.....] Esses sinais e essas palavras lembram alguma parte de nossa ciência ou alguma virtude moral, ou algum mistério da fé. Aconteceu conosco, o que não aconteceu com nenhuma outra sociedade. Nossas lojas são estabelecidas e se espalham atualmente em todas as nações policées, e entretanto em uma tão numerosa multidão de homens, jamais nenhum Confrère traiu nossos segredos. [....].
As famosas festas de Céres a Èleusis de quais fala Horace assim que as festas de Isis no Egito, de Minerva em Athénes, de Uranie no paìs dos Phéniciens, e de Diane em Scytie, tinham alguma relação com nossas solenidades. Nòs celebravamos os mistérios onde se encontravam vàrios vestìgios da antiga religião de Noé e dos patriarcas; em seguida nòs acabavamos com as refeições e as libações, mas sem o excesso, as devassidões e a intemperança em que os Païens caìram pouco a pouco. [....]
O nome de "Franc-Maçon" não deve então ser considerado no sentido literal, grosseiro e material, como se nossos instrutores tivessem sido simplesmente operàrios da pedra ou gênios puramente curiosos que queriam aperfeiçoar as artes. Eles eram não somente arquitetos hàbeis que queriam consagrar seus talentos e seus bens à construção dos templos exteriores, mas também prìncipes religiosos e guerreiros que queriam esclarecer, edificar e proteger os Templos vivos do Altìssimo. È o que eu vou mostrar desenvolvendo para vocês a història ou mais exatamente a renovação da Ordem. [....].


Segunda parte

Nos tempos das Cruzadas na Palestina, vàrios Prìncipes, Senhores e Cidadãos entraram em Sociedade, fizeram o voto de restabelecer os templos dos Cristãos na Terra santa, e se engajaram pelo juramento a empregar seus talentos e seus bens para trazer a Arquitetura à primitiva instituição. Eles estabeleceram vàrios sinais antigos, palavras simbòlicas tiradas do fundo da religião, para se distinguir dos Infiés, e se reconhecer diante dos Sarrasins. Nòs sò comunicavamos esses sinais e essas palavras àqueles que prometiam solenemente e vàrias vezes mesmo no pé dos Altares de jamais revela-los. Essas promessas não eram mais um juramento exécrable, como é dito, mas um lugar respeitàvel para unir os homens de todas as Nações em uma mesma confraternidade. Algum tempo depois, nossa Ordem se uniu intimamente com os Cavalheiros de Saint-Jean de Jérusalem. A partir desse momento e depois, nossas Lojas usaram o nome de Lojas de Saint-Jean em todos os paìses.-


"Discours de Ramsay", Seconde version, D'Après Roger Richard, Dictionnaire Maçonnique, Dervy, 1999.


Um esotérismo maçônico

O ou mais exatamente os " Discours de Ramsay " são duas versões assaz diferentes - datadas respectivamente de 1736 e 1737 - de uma mesma allocution de bienvenue en Loge para os novos iniciados. Verdadeira defesa e ilustração da " l'Ordre des Free-Maçons " por André-Michel de Ramsay ( 1686 - 1743 ), seu Grande Orador na França, esse texto é sobretudo uma das "chartes" e um dos "còdigos gerais de pensamento e de ação" ( Paul Naudon).
Sobre a maneira apologétique, Ramsay combate primeiramente as novas calùnias que sobrecarregam a Fraternidade: libertinagem filosòfica e religiosa, si ce n'est orgiaque, conspiração sur fond de segredo e de "serment exécrable", etc. Publicado em 1738, o mesmo ano da primeira condenação papal contra a Ordem, o "Discours" é também inovador e sua influência consideràvel na franc-maçonnerie francesa e continental.
Escritor escossês reconhecido, convertido ao catolicismo, Ramsay queria ser o ardente propagandista da confraria nessa terre d'accueil. Personagem estranho esse aristocrata culto, pròximo dos poderosos mas discìpulo de Fénelon e de Madame Guyon, dois grandes mìsticos - e talvez esoteristes - cristãos....Suite a seu ilustre " Discours", Ramsay não é considerado como o fundador do "écossisme", uma categoria de ritos maçônicos comportando os "altos graus" chevaleresques à l'ésoterisme indéniable ?


À l'origine de la "légende templière"

Se as Old Charges e as Constitutions d'Anderson sò comportavam "traços" de um esoterismo maçônico, o "Discours de Ramsay" constitue uma evidência de incostetàvel revelação. Outre une reprise e um desenvolvimento dos temas - sobretudo bìblicos e corporativos - dos documentos precedentes, ele relaciona com efeito pela primeira vez a franc-maçonnerie às ordens religiosas da cruzada. S'attardant nas questões dos "ritos", "mistérios", e "sinais" simbòlicos "tirados do fundo da religião", Ramsay relata assim " a união intima" de "nossos antepassados les Croisés" " Com os Cavalheiros de Saint-Jean de Jérusalem", mais conhecidos pelo nome de Hospitaliers e depois de Chevaliers de Malte, trata-se dos grandes rivais des Templiers.....e de seus herdeiros.
Não precisava mais para lançar a idéia - promise a uma extraordinària fortuna - de uma maçonaria " survivance templière"- . A de uma "sociedade secreta à double fond", de qual sò os aspectos mais exteriores - e inferiores - tiendraient à arte de construir, mas de qual os "altos graus" e os "superiores" ( "desconhecidos" ? ) dependeriam desse misteriosos " prìncipes religiosos e guerreiros".
Superposés a maçonaria construtiva em três graus, de tais "hauts grades écossais" apareciam em todo caso na época de Ramsay. Mas de onde eles veem exatamente, de quando eles datam e o que é preciso deduzir quanto a natureza e aos objetivos reais da franc-maçonnerie ? No século XVIII, o questionamento foi profundo e a polêmica viva, assim como testemunha, um século e meio mais tarde, o Mémoire au duc de Brunswick assinado Joseph de Maistre. Quanto a existência de uma filiação direta entre Templiers e franc-maçons, ela se revela mais do que problemàtica.


Os ùltimos iniciados?

Reste que ainda nos dias de hoje, o esoterismo maçônico faz viver uma herança chevaleresque relativa a essa "légende templière". Esta, como o hermetismo, o pytagorisme, a kabbale, o iluminismo cristão ou os ritos de transmissão da Profissão encontraram asilo na maçonaria, que tornou-se o conservatoire autant que le creuset onde essas tradições se sont fondues em um patrimônio comum: o esoterismo ocidental moderno. Apesar da decadência de seus ritos jà ressaltados por Ramsay, a Fraternidade não seria a ùltima instituição initiatique - mis à part le Compagnonnage - ainda viva no Ocidente ?

- E.V -
Les Textes Fondamentaux de L'Èsotérisme
- Kabbale - Franc-Maçonnerie - Astrologie - Soufisme.....
- Le Point - Hors-série - Mars - Avril 2005 - N. 2

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