terça-feira, 18 de março de 2008

TIBET


O Tibete é uma região histórica na Ásia Central. Com uma altitude média de 4.900 metros, é a região mais alta do mundo e é comumente referida como o "Teto do Mundo".

O Tibete hoje é parte da República Popular da China, com uma área de aproximadamente 1,2 milhão de quilômetros quadrados (sendo que uma pequena parte, dependendo das definições, controlada pela Índia). A região também é reivindicada pela República da China (Taiwan). Sobre a questão da soberania tibetana, o governo da República Popular da China e o governo do Tibete em exílio discordam quanto à legitimidade de sua incorporação pela China. A UNESCO e a Encyclopædia Britannica[1] consideram o Tibete como parte da Ásia Central, enquanto outras organizações a veem como parte do Sul Asiático.

O rei Songtsän Gampo uniu muitas partes da região durante o século VII. A partir do século XVII, os dalai lamas, conhecidos como chefes espirituais da região, têm sido os chefes administrativos do Tibete centralizado e na religião tibetana são tidos como emanações de Avalokiteśvara ("Chenrezig" [spyan ras gzigs] em tibetano), o bodhisattva da compaixão.

Entre o século XVII e o ano de 1959, o Dalai Lama e seus regentes serviram como principais autoridades tanto na política como na religião de grande parte da região a partir de sua tradicional capital Lhasa.

A história do Tibete teve início há cerca de 2.100 anos, quando em 127 a.C. uma dinastia militar fixou-se no vale de Yarlung. Esta dinastia comandou o país durante oito séculos. Após centenas de anos belicistas, o Tibete investiu sobre terras vizinhas, até que em 617 o Imperador Songtsen Gampo - o 33º rei do Tibete – começou a transformar a civilização feudo-militar em um império mais pacífico. Seu reinado durou até 701 e seu legado foi imenso. Criou o alfabeto tibetano, escreveu e estabeleceu o sistema legal tibetano, baseado no princípio moral que naquela época já mencionava a importância da proteção do meio-ambiente e da natureza, patroneou o budismo e construiu vários templos, dentre eles destacam-se o Jokhang e o Ramoche.

Seus sucessores continuaram a transformação cultural, custeando traduções e criando instituições. O próximo rei do Tibete foi Tride Tsukden (704754), que, por sua vez, teve seu filho como sucessor, o rei Trisong Detsen.

A partir do século VII, torna-se o centro do Lamaísmo, religião baseada no budismo, que transforma o país num poderoso reinado. Motivo de cobiça dos chineses desde o século XVII, quando é declarado território soberano da China, o Tibete luta durante séculos pela independência, conquistada em 1912.

O Tibete é hoje considerado pela China como uma região autônoma chinesa (Xizang). Conhecido como o "teto do mundo" por seus picos nevados, as montanhas do Tibete têm, em média, 4.875 metros, com destaque para a Cordilheira do Himalaia.

Em 1950, o regime comunista da China ordena a invasão da região, que é anexada como província. A oposição tibetana é derrotada numa revolta armada em 1959. Em conseqüência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retira-se para o norte da Índia, onde instala em Dharamsala um governo no exílio .

O país torna-se região autônoma da China em setembro de 1965 contra a vontade popular. Entre 1987 e 1989, tropas comunistas reprimem com violência qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocídio cultural. Em agosto de 1993, iniciam-se conversações entre representantes do Dalai Lama, laureado com o prêmio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostram-se infrutíferas.

Em maio de 1995 é anunciado pelo Dalai Lama o novo Panchen Lama, Choekyi Nyima, de 6 anos, o segundo na hierarquia religiosa do país. O governo de Pequim reage e afirma ter reconhecido Gyaincain Norbu, também de 6 anos, filho de um membro do Partido Comunista, como a verdadeira encarnação da alma do Panchen Lama.

Ugyen Tranley, o Karmapa Lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, reconhecido tanto pelo governo da China como pelos tibetanos seguidores do Dalai Lama, foge do país em dezembro de 1999 e pede asilo à Índia. A China tenta negociar seu retorno, mas Tranley, de catorze anos, critica a ocupação chinesa no Tibete.

A causa da independência do Tibete ganha força perante a opinião pública ocidental após o massacre de manifestantes pelo exército chinês na praça da Paz Celestial e a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passa a ser recebido por chefes de Estado, o que provoca protestos entre os chineses. No início de 1999, o governo chinês lança uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete. A fuga do Karmapa Lama causa embaraço à China.

A língua do Tibet

A língua tibetana é falada no vasto plateau tibetano, e também no Butão, partes do Nepal e norte da Índia como em Sikkim. É normalmente classificada como uma língua tibeto-birmanesa da família das línguas sino-tibetanas. A língua tibetana inclui numerosos dialetos regionais, que em geral são inteligíveis entre si. A diferenciação entre o Tibetano entre outras línguas himalaias são muitas vezes indefinidas. Em geral, os dialetos da parte central do Tibete como Lhasa, Kham, Amdo, e outras áreas próximas são considerados dialetos tibetanos, enquanto outras como dzongkha, sikkimês, a língua sherpa e a língua ladakhi são consideradas separadas por razões políticas. Tendo em vista esse entendimento dos dialetos e formas do tibetano, o tibetano "padrão" é falado por cerca de seis milhões de pessoas no plateau tibetano, mais 150 mil de falantes em exílio na Índia e em outros países. A língua tibetana possui sua própria escrita, que deriva da escrita Devanagari Sânscrita.


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