segunda-feira, 24 de março de 2008

Projeto do Brasil ensina Amazônia

para norte-americanos

Tem “gringo” que acha que a Amazônia é uma grande floresta habitada por índios selvagens – quando, na verdade, tem diversas comunidades e populações. Outros pensam que o Rio Amazonas fica pertinho de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Para derrubar mitos como estes e divulgar os povos da floresta é que uma equipe de brasileiros firmou uma parceria inédita com a secretaria de educação de Nova York. Lá, as crianças e adolescentes de 3ª e 6ª séries vão aprender sobre a região com material produzido no Brasil.

A iniciativa é do Grupo de Trabalho Amazônico, formado por mais de 600 organizações não-governamentais, movimentos sociais e lideranças dos povos da floresta. Além de material didático, o Brasil leva para o centro da economia norte-americana uma grande exposição sobre a Amazônia, que já passou por Paris, Lausanne na Suíça, São Paulo, Rio e Minas.

“Pela primeira vez nós brasileiros vamos dizer como ensinar Amazônia nos Estados Unidos”, diz Eugênio Scannavino Netto, organizador dos projetos. “A questão é mostrar que a Amazônia é brasileira e existem projetos positivos. Mostrar lá fora que preservar a Amazônia é buscar apoios que ajudem os brasileiros a proteger a floresta.”O que as crianças vão aprender - Professores da rede pública da cidade já receberam kits pedagógicos com 90 páginas de informação para a 3ª e para a 6ª série. O ano escolar em que o conteúdo é ministrado foi definido pela secretaria de educação da cidade. O herói do material didático é o Curupira, personagem folclórico de cabelos cor-de-fogo que confunde os caçadores.

Com o auxílio dessa lenda, a biologia e a paisagem, a geografia e os povos tradicionais da floresta entram em pauta nas escolas de Nova York. E os estudantes poderão ainda visitar a exposição Amazônia Brasil.

O que ficará exposto - A principal parte da mostra ficará montada, a partir de 17 de abril, em uma tenda de 1.200 m quadrados no Píer 17, parte comercial e histórica da ilha de Manhattan.

“Temos recebido uma resposta muito boa de professores interessados em agendar a visita dos alunos. No Píer 17, eles vão poder sentir as sementes da Amazônia, entender o desmatamento, ver as áreas queimadas, ver fotos de satélite, sentir a atmosfera”, diz Malu Ramos, da Fare Arte, empresa que desenvolve a mostra.

De acordo com Malu, uma das partes mais emocionantes da exibição é um vídeo das populações ribeirinhas. “Na Europa, visitantes choravam ao ver as crianças cantando ‘Atirei o pau no gato’ ou brincando na água. Eram brasileiros que voltavam no tempo da infância”, diz.

“Também tem brasileiro que não conhece a Amazônia. A mostra não é só para americano, é para a sensibilização”, afirma Malu. A meta é reunir um público de 400 mil pessoas desde o lançamento, no meio de abril, até o encerramento, em 13 de julho.

O movimento da Amazônia em NY também se estenderá a outros espaços, como o World Financial Center, com mostra de design, ou o hall dos visitantes da Organização das Nações Unidas (ONU), abordando as mudanças climáticas.


é no Píer 17 que os nova-iorquinos comemoram todos os anos sua independência em 4 de julho. A queima de fogos de artifício atrai moradores e turistas para a região, daí a expectativa por um grande número de pessoas na mostra. “Não vai ter jeito de esse povo não ver a Amazônia. Vai ter chinês, inglês, espanhol”, brinca Malu.

(Globo Online)

http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=37132

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