domingo, 27 de maio de 2007

FUNCIONÁRIOS DA FÉ


Nenhuma outra categoria parece tão apinhada de falsas suposições como as que cercam os reverendíssimos padres e pastores, nossos legítimos delegados junto ao Trono da Graça. Começo imediatamente por um exemplo crasso: a suposição de que os clérigos são necessariamente religiosos. Obviamente, esta suposição é vastamente alimentada, até pelos próprios clérigos. O mais irreverente de todos nós, na presença de um funcionário das fé, adota uma atitude grave. Eu próprio sou dado a criticar livremente a Divina Providência, mas, na companhia do superior de minha paróquia, mesmo no Biersche, reduzo minhas reprovações ao nível de um educado resmungo. É porque o conheço muito bem, para acreditar que haja nele um tico de piedade. Na realidade, ele é muito menos pio do que um honesto americano médio, e duvido seriamente que as bruxarias a que ele se entrega como profissional no dia-a-dia lhe despertem qualquer emoção mais sublime do que enfado. Já o ouvi rezar pelo Presidente e pelo Congresso, pelos pagãos e pela chuva, mas nunca ao ouvi rezar por si mesmo. Não obstante, a suposição pública de que ele é altamente devoto, da qual discordo, é que colore nossas relações e o impede de ouvir algumas de minhas mais profundas e inteligentes observações.
Tudo que se precisa para expor o vazio desta velha ilusão é considerar a cadeia de causas que leva um jovem a se ordenar padre ou pastor. Será, por exemplo, apenas um irresistível impulso religioso que o leva e estudar exegese, oratória sacra e aprender grego para ler o Novo Testamento – ou haverá um motivo bem diferente? Acredito nesta segunda hipótese, e que este motivo bem diferente Pode ser descrito rapidamente como um desejo de brilhar no mundo com um mínimo de esforço. O jovem teólogo costumar ser um sujeito ambicioso, mas meio preguiçoso, e, se ele estuda teologia em vez de osteopatia, marketing ou advocacia, é porque a teologia lhe oferece um atalho muito mais conveniente para o respeito público – além de lhe garantir um emprego.
As ciências sacras podem parecer uma penca de nonsenses, mas pelo menos têm a grande virtude de abreviar a escalado rumo à segurança. O médico recém-formado passa os primeiros anos pastando – ou trabalha quase de graça ou tem de contentar-se com os refugos deixados por colegas mais velhos. O jovem advogado, a menos que goze de boas influências ou sofra de completa atrofia da consciência, quase sempre está a um passo da fome. Mas o jovem divino já está a salvo no momento em que é ordenado; sua popularidade entre os impolutos fiéis será talvez até maior naquele momento do que no futuro. Sua sobrevivência é assegurada instantaneamente. De uma tacada só, ele se torna uma pessoa de respeito e importância, eminente me sua comunidade, tratado com deferência até por aqueles que questionam a sua magia, e vaga e agradavelmente temido pelos que acreditam nele.
Esteja certo de que esses fatos não passam ao largo do tipo de jovem ambicioso que descrevi. Alguns desses jovens enxergam longe e possuem até uma cerca capacidade de raciocínio. Eles observam os nove filhos do sargento da polícia local: um deles é um pastor protestante de 25 anos, com uma bela casa para morar, convites para todas as festas de aniversário na região e tempo de sobre para se divertir nas tardes de verão; já seus oito irmãos lutam desesperadamente para sobreviver, como carregadores de mudanças, consertadores de telhados ou motoristas de ônibus. Estes também observam o jovem pastor, desfilando em seu Ford sedan entre as mulheres da cidade enquanto seus maridos administram uma fazenda distante. Além disso, o jovem pastor tem o direito a um colarinho branco engomado, uma sólida galinha assada em seu estômago e seu nome no jornal local todos os dias. Em comparação a ele, só uma louca se casaria com um vendedor de apólices – mas o jovem clérigo, se quiser, terá um harém a sua disposição. Mesmo que seja celibatário, as moças o banharão de sorrisos; na verdade, quanto mais celibatário, mais atenção receberá delas. Não admira que seus privilégios e imunidades propaguem o pecado da inveja. Não admira também que ainda haja candidatos ao santo sudário, apesar do vasto crescimento do ateísmo entre nós.
Os deveres diários de um profissional de Deus não têm nada a ver com religião. São basicamente de natureza social ou comercial. Suponho-se que ele trabalhe, este trabalho será o de um gerente-geral de uma corporação em dificuldades financeiras e dividida por facções entre os acionistas. Seu blábláblá especificamente teológico é de natureza monótona e repetitiva e o desgosta poderosamente, assim como um cirurgião se deprime diante de uma sucessiva extração de furúnculos. O religioso se livra da exaltação espiritual reduzindo-a a uma formalidade oca, assim como o político manda às favas o patriotismo, ou uma mulher se desilude com o amor. Ele se torna, aos poucos, insensível à religião e, por fim, quase hostil a ela. Um bispo que se ajoelhasse espontaneamente e rezasse a Deus provocaria quase tanto escândalo como se subisse ao púlpito vestido de maiô. A piedade dos eclesiásticos, em tais altos níveis, torna-se inteiramente teórica. O servo de Deus foi alçado para tão perto dos santos e tornou-se tão íntimo do funcionamento interno da maquinaria divina que toda a sua capacidade de admiração e espanto já saíram por seus poros. Ele suporta tanto uma autêntica experiência religiosa quanto um veterano maquinista de teatro consegue rir da mesma piada todas as noites. É melhor, talvez, que seja assim. Se os clérigos superiores fossem realmente religiosos, alguns de seus próprios sermões e epístolas pastorais os deixariam mortalmente amedrontados.

1942 – Henry Lois Mencken (1880 - 1935).

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Do Individualismo nos países democráticos

O individualismo é uma expressão recente que uma idéia nova deu nascimento. Nossos pais só conheciam o egoísmo.
O egoísmo é um amor excessivamente apaixonado e exagerado de si mesmo, que leva o homem a relacionar tudo a ele mesmo e a se preferir à tudo. O individualismo é um sentimento refletido e sereno que dispõe cada cidadão a se isolar da massa de seus semelhantes e a se retirar da sociedade com sua família e seus amigos; de tal maneira que, após ter assim criado uma pequena sociedade a seu uso próprio, ele abandona de bom grado a grande sociedade a ela mesma.
O egoísmo nasce de um instinto cego; o individualismo procede de um julgamento errôneo e não de um sentimento depravado. Ele tem sua origem nos defeitos do espírito e nos vícios do coração. O egoísmo seca o germe de todas as virtudes. O individualismo seca antes de tudo a fonte das virtudes públicas; mas, com o tempo, ele ataca e destrói todas as outras e vai enfim se absorver no egoísmo. O egoísmo é um vício tão velho quanto o mundo. Ele não pertence a nenhuma forma de sociedade. O individualismo é de origem democrática, e ele ameaça de se desenvolver à medida que as condições se igualam.
Nos povos democráticos, novas famílias saem sem parar do nada, outras caem no vazio, e todas que permanecem mudam de origem; a continuidade do tempo rompe-se a todo momento e os vestígios das gerações se apagam. Nós esquecemos facilmente aqueles que nos precederam e não temos nenhuma idéia daqueles que vão nos suceder. Apenas os que nos são próximos nos interessam. Cada classe aproximando-se das outras e misturando-se a elas, seus membros tornam-se indiferentes e como estrangeiros entre eles. A aristocracia tinha feito de todos os cidadãos uma longa corrente que ia do agricultor ao rei; a democracia quebra a corrente e põe cada elo à parte.
À medida que as condições se igualam, nós encontramos um grande número de indivíduos que, não sendo suficientemente ricos nem suficientemente poderosos para exercer uma grande influência no destino de seus semelhantes, adquiriram, no entanto ou conservaram suficientemente conhecimentos e bens para poder se satisfazer a si mesmos. Esses não devem nada a ninguém, eles não esperam nada dos outros; eles se habituam a se considerar sempre de maneira isolada, eles pensam verdadeiramente que o destino deles está em suas mãos.
Assim, não somente a democracia faz esquecer a cada homem seus ascendentes, mas ela lhe esconde seus descendentes e os separa de seus contemporâneos; ela o traz sem cessar em direção de si mesmo e ameaça de fechá-lo, enfim, inteiramente na solidão de seu próprio coração.


- Da democracia na América, volume 2, capítulo II, pg. 143 - Alexis de Tocqueville –



Solidão

Brincar com a solidão
é minha única distração
Cantar lá no alto
Nas asas da andorinha
Rasgando com meu canto
A dor de estar sozinha
E lá vou eu...
Nas nuvens me embriagar
Com as estrelas sambar
Chorar nos braços da lua
Quando o desespero
Me deixa nua.
Me esconder no sol
E queimar a minha tristeza.
E lá vou eu...
Brincando com a solidão
Desafiando o destino
Que machuca...machuca
O meu coração!

domingo, 20 de maio de 2007

ESTABELECIMENTO DOS DÍZIMOS


DO ESPÍRITO DAS LEIS – MONTESQUIEU – CAPÍTULO XII – VOLUME II

Os regulamentos feitos na época do Rei Pepino tinham dado à Igreja mais a esperança de um alívio do que um alívio efetivo; e, como Carlos Martelo encontrou todo o patrimônio público nas mãos dos eclesiásticos, Carlos Magno encontrou os bens dos eclesiásticos nas mãos dos guerreiros. Não se podia fazer com que estes restituíssem o que lhes fora dado; e as circunstancias que então existiam tornavam a coisa ainda mais impraticável do era por sua natureza. De outro lado, o “cristianismo” não deveria perecer por faltas de ministros, tempos e instruções¹.
Isso levou Carlos Magno a estabelecer os dízimos, novo gênero de bem, que teve para o clero a vantagem de, sendo dado singularmente à Igreja, ser mais fácil, depois reconhecer-lhes as usurpações².
Quis-se dar a esse estabelecimento datas bem mais anteriores; mas as autoridades citadas me parecem ser testemunhas contra os que as alegam. A constituição de Clotário³ diz somente que não serão arrecadados certos dízimos(4) sobre os bens da Igreja. Nessa época toda a pretensão da igreja, muito longe de arrecadar os dízimos, era pretender ficar isenta deles. O segundo concilio de Macon(5), realizado no ano 585, ordena que se pagassem os dízimos, diz, na verdade, que haviam sido pagos anteriormente, mas diz também que, em sua época, não mais eram pagos.
Que duvida que antes de Carlos Magno não se tivesse aberto a Bíblia e pregado as dádivas e oferendas do Levítico? Mas afirmo que antes deste príncipe os dízimos podiam ser pregados, mas não estavam estabelecidos.
Disse que os regulamentos baixados no período do Rei Pepino tinham submetido ao pagamento dos dízimos e das reparações das Igrejas os que possuíam como feudos os bens eclesiásticos. Era muito obrigar, com uma lei cuja justiça não podia ser posta em dúvida, obrigar os principais da nação a dar exemplo.
Carlos Magno fez mais. E vemos pela capitular De Villis,(6), que obrigou seus próprios fundos territoriais ao pagamento dos dízimos; tratava-se também de um grande exemplo.
Mais o baixo povo quase não e capaz de abandonar seus interesses por exemplos. O sínodo de Francforte (7) lhe apresentou um motivo mais constrangedor para pagar os dízimos. Fez aí uma capitular na qual se declara que, na última fome, espigas de milho foram encontradas (8), que elas tinham sido devoradas por demônios e que se tinham ouvido suas vozes que exprobravam o fato de os dízimos não terem sido pagos; e conseqüentemente, foi ordenado a todos que possuíam bens eclesiásticos que pagassem dizimo; e, também conseqüentemente, isso foi ordenado a todos.
O projeto de Carlos Magno não obteve êxito inicialmente; esse encargo pareceu esmagador (9). O pagamento dos dízimos entre os judeus entrara no plano de fundação de sua republica; mas aqui o pagamento dos dízimos era um encargo independente dos do estabelecimento da monarquia. Podemos ver nas disposições acrescentadas à lei dos lombardos (¹º), a dificuldade encontrada para obter o recebimento dos dízimos pelas leis civis; podemos apreciar, pelos diferentes cânones dos concílios, a maneira encontrada para obter o recebimento pelas leis eclesiásticas.
Finalmente, consentiu o povo em pagar os dízimos, com a condição de poder resgatá-los. A constituição de Luís, o Bonacheirão (¹¹), e a do Imperador Lotário (¹²), não o permitiram.
As leis de Carlos Magno sobre o estabelecimento dos dízimos eram conseqüência da necessidade; somente a religião tomou parte nela, e a superstição não tomou parte alguma. A famosa divisão (¹³) que ele fez dos dízimos em quatro partes, para a construção das igrejas, para os pobres, para o bispo, para o clero, prova muito bem que quis dar à Igreja essa situação firme e permanente que ela perdera.(...) Parecia que considerava a dádiva que acabava de conceder às igrejas menos uma ação religiosa que uma distribuição política.

CARÁTER


A palavra grega impressão, gravura. É o que em nós gravou a natureza. Podemos apagá-lo? Transcendental questão. Se tenho, o nariz torto e olhos de gato, posso escondê-los sob uma máscara. Poderei encobrir melhor o caráter?
Apresenta-se perante Francisco I, de França, a fim de queixar-se de uma preterição, um indivíduo de natural violento e impetuoso. O semblante do príncipe, a postura respeitosa dos cortesãos, o próprio local impressionam-no fundamentalmente. Maquinalmente baixa os olhos, a voz rude se abranda e faz o pedido humildemente. Crer-se-ia nascido tão manso quanto os cortesãos em meio dos quais parece quase desconcertado. Entretanto, facilmente descobre Francisco I em seus olhos baixos, porém, acesos de um fogo sombrio, nos músculos contraídos do rosto, nos lábios contracerrados, que esse homem não é tão humilde como aparenta. Esse homem acompanha-o a Pávia, é aprisionado com ele, e com ele levado a Madri. Já não lhe infunde a mesma impressão a majestade do rei. Familiariza-se com o objeto de seu respeito. Um dia, ao descalçar-lhe as botas, e fazendo-o desleixadamente, Francisco, azedado pelo infortúnio, ralha-lhe. Nosso homem manda o rei plantar batatas e atira as botas pela janela.
Nascera Sisto V, petulante, opiniático, soberbo, impetuoso, vingativo, arrogante. As provas do noviciado parecem ter-lhe adoçado o caráter. Mal começa a desfrutar de certo crédito em sua ordem, lança-se contra um guardião, e alomba-o a punhaladas. Inquisidor,em Veneza, exerce o cargo com insolência. Cardeal, é possuído della rabbia papale. Embuça na obscuridade sua pessoa e seu caráter. Mascara-se de humilde e moribundo. Elegem-no papa: é quando dá à mola do natural toda a elasticidade longo tempo retesada pela política. É o mais arrogante e despótico dos soberanos.
Naturam expellas furca, tamem usque recurret.
Religião, moral, são freios retentores do caráter. Não podem, porém, matá-lo. Enclausurado, reduzido a dois dedos de cidra às refeições, pode o bêbado deixar de embriagar-se, mas ansiará sempre pelo vinho.
A idade amolenta o caráter. Transforma-o em uma árvore que não dá senão um ou outro fruto abastardo, mas sempre da mesma natureza. Enodoa-se, cobre-se de musgo, caruncha. Jamais deixará de ser carvalho ou pereira, porém. Se fosse possível alterar o caráter, a gente mesmo o plasmaria a bel-prazer, seria senhor da natureza. Podemos lá criar alguma coisa? Não recebemos tudo. Experimentai animar o indolente de contínua atividade, inspirar gosto à musica a quem careça de gosto e de ouvido. Não tereis melhor resultado do que se empreenderdes dar vista a cego de nascença. Não aperfeiçoamos, esborcelamos, o que nos estereogravou a natureza. Não há, porém, como alterar-lhe a obra.
Direis a um criador: - O senhor tem peixe demais nesse viveiro; assim eles não vingam. Seus campos estão sobrelotados de gado; o capim não dá, os animais emagrecerão. – mas deixa nosso homem que as solhas lhes comam metade das carpas, e os lobos metade dos carneiros. Os restantes engordam. Gabar-se-á ele dessa economia? Este camponês és tu mesmo. Uma de tuas paixões devorou as outras, e tu julgas haver triunfado sobre ti próprio. Não parecemos quase todos nós com aquele velho general de noventa anos que, encontrando alguns jovens oficiais mexendo com umas moças, perguntou-lhes, colérico: “Senhores, é esse o exemplo que lhes dou?”.

Dicionário Filosófico – Voltaire, Cap. XXI.

TIRANIA


Chamamos de tirano ao soberano que não conhece leis senão o próprio capricho, que se apodera dos bens de seus súditos e que em seguida os arrola para ir tomar os dos vizinhos. Não existe tal espécie de tiranos na Europa.
Distingue-se a tirania de um só e a de vários. Essa tirania de vários seria a de um corpo que invadisse os direitos dos outros corpos e exercesse o despotismo a favor das leis por ele corrompidas. Tão pouco existe essa espécie de tiranos na Europa.
Sob qual tirania gostaríeis de viver? Sob nenhuma; mas se fosse preciso escolher, eu detestaria menos a tirania de um só do que a de vários. Um déspota tem sempre alguns bons momentos; uma assembléia de déspotas, jamais. Se um tirano me faz uma injustiça, poderei desarmá-lo por intermédio de sua amante, por seu confessor ou por seu pajem; mas uma companhia de graves tiranos é inacessível a todas as seduções. Quando não é injusta é no mínimo impiedosa, e jamais concede favores.
Se tenho apenas um déspota, salvo-me com o simples colar-me a um muro à sua passagem; ou por prosterna ou por bater a fronte no solo, segundo o costume do país; mas se houver uma companhia de cem déspotas, estarei exposto a repetir essa cerimônia cem vezes por dia, o que é exaustivo, quando não se tem os fundilhos reforçados. Se eu tiver uma pequena herdade nas vizinhanças de um de nossos senhores, serei esmagado; se reclamar contra um parente dos parentes de nossos senhores, estarei arruinado.
Que fazer? Temo neste mundo estejamos reduzidos a um triste dilema: ser bigorna ou martelo. Feliz de quem escapar a essa alternativa!


Dicionário Filosófico – Voltaire, Cap. 133.

VIRTUDE


Que é virtude? Beneficência para com o próximo.
Poderei chamar virtude a outra coisa senão ao bem que me fazem? Eu sou indigente, tu és liberal; eu estou em perigo, tu vens em meu socorro; enganam-me, tu me dizes a verdade; esquecem-me, tu me consolas; eu sou ignorante, tu me instruis; chamar-te-ei sem dificuldade virtuoso. Mas que acontecerá com as virtudes cardinais e teologais? Algumas delas ficarão nas escolas.
Que me importa que sejas temperante? É um preceito de saúde que observas; beneficiar-te-ás com isso e eu te felicito. Tens fé e esperança, redobro-te minhas felicitações; elas te concederão a vida eterna. Tuas virtudes teologais são dons celestes: tuas virtudes cardinais são excelentes qualidades que servem para te conduzir ao bom caminho; mas não são virtudes que se relacionem com o teu próximo. O prudente faz o bem a si, o virtuoso fá-lo aos homens. S. Paulo teve razão ao dizer que a caridade implica fé e esperança.
Mas como admitiremos apenas as virtudes que são úteis ao próximo? Então! Como poderei admitir outras? Vivemos em sociedade; nada existe de verdadeiramente bom para nós senão o que beneficia a sociedade. Um solitário será sóbrio, piedoso; revestir-se-á de um cilício: pois bem, será santo; porém, não o chamarei virtuoso senão quando praticar algum ato de virtude em proveito dos homens.
Enquanto for só, não será malfeitor nem benfeitor; nada é para nós. Se S. Bruno pacificou as famílias, se socorreu a indigência, foi virtuoso; se jejuou, rezou na solidão, foi um santo. A virtude entre os homens é um comércio de benefícios; o que não participa desse comércio não deve ser considerado. Se esse santo estivesse no mundo, sem dúvida praticaria o bem; mas enquanto não o estiver, o mundo terá razão em não lhe conceder o nome de virtuoso: será bom para consigo próprio, e não para nós.
Mas, dizeis-me, um solitário glutão, bêbado, entregue à devassidão secreta consigo mesmo, é um vicioso: será portanto um virtuoso se tiver qualidades contrárias. É no que posso convir: será um homem muito vil se tiver de fato os defeitos que dizeis; mas não pode ser um vicioso, mau, susceptível de punição, no que diz respeito à sua relação com a sociedade, a quem suas infâmias não fazem mal algum. É de presumir que se entrar na sociedade praticará o mal, será um grande criminoso; é até mais provável que venha a ser um mau do que incerto é que outro solitário, casto, temperante, venha a ser um homem de bem: pois na sociedade os defeitos aumentam e as boas qualidades diminuem.
Faz-se uma objeção mais forte; Nero, o papa Alexandre VI e outros monstros dessa espécie fizeram benefícios, ouso responder que foram virtuosos em alguns dias.
Dizem alguns teólogos que o divino imperador Antonino não era virtuoso; que era um estóico astucioso, que, não contente de governar os homens, ainda queria ser estimado por eles; que fazia reverter a si próprio os benefícios que fazia ao gênero humano; que foi toda a sua vida justo, trabalhador, benfeitor por simples vaidade, e que apenas enganou os homens com sua virtude; neste caso exclamarei: “meu Deus, dai-nos muitos velhacos desta laia!”


Voltaire – Dicionário Filosófico. Capitulo 136

O concurso livre de vontades

Nós não encontraremos jamais, seja o que for que façamos, uma verdadeira potência entre os homens do que no concurso livre de vontades. Ora, só existe no mundo o patriotismo, ou a religião, que possa fazer andar durante muito tempo em direção ao mesmo objetivo a universalidade dos cidadãos.
Não depende das leis de reanimar as crenças que se apagam; mas depende das leis de interessar os homens ao destino do país deles. [...]
O que eu mais admiro na América, não são os efeitos administrativos da descentralização, são os seus efeitos políticos. Nos Estados Unidos, a pátria se faz sentir em todos os lugares. Ela é um objeto de solicitude desde a pequena cidade até a União inteira. O habitante se apega à cada um dos interesses de seu país como a seus próprios interesses. Ele se glorifica da glória da nação; nos sucessos que ela obtém, ele acredita reconhecer a sua própria obra, e ele se eleva; ele se sente feliz da prosperidade geral da qual ele beneficia.[...] Um particular concebe o pensamento de uma empresa qualquer; essa empresa teria talvez uma relação direta com o bem-estar da sociedade, a idéia não lhe vem de dirigir-se à autoridade pública para obter seu concurso. Ele faz o público ter conhecimento de seu plano, se oferece para executá-lo, chama as forças individuais ao socorro de sua força, e luta corpo a corpo contra todos os obstáculos. Muitas vezes, sem dúvida, seu sucesso é menor do que se o Estado estivesse em seu lugar; mas com o tempo o resultado geral de todas as empresas individuais depassa altamente o que poderia fazer o governo.

- Da Democracia na América, Tome 1 (1835), Primeira parte, capítulo V - Alexis de Tocqueville


A TIRANIA DA MAIORIA

A potência toda poderosa me parece em si uma coisa má e perigosa. Seu exercício me parece além das forças do homem, seja ele quem for, e eu só vejo Deus que possa sem perigo ser todo-poderoso, porque sua sabedoria e sua justiça são sempre iguais a seu poder. Então não existe na terra uma autoridade tão respeitável em sí mesma, ou revestida de um direito tão sagrado, que eu quisesse deixar agir sem controle e dominar sem obstáculos. Então quando eu vejo conceder o direito e a faculdade de fazer tudo em uma potência qualquer,que nós o "chamemos" - (me perdoem, esqueci como empregar o verbo, não tenho gramática... estou resgatando a língua pátria... grata) - povo ou rei, democracia ou aristocracia, que ele seja exercido em uma monarquia ou em uma república, eu digo: eis o germe da tirania, e eu procuro partir para ir viver sob outras leis.
[...] O que me repugna mais na América, não é a extrema liberdade que reina, é o pouco de garantia que nós encontramos contra a tirania. Quando um homem ou um partido sofre uma injustiça nos Estados Unidos, a quem vocês querem que ele se dirija? À opinião pública? é ela que forma a maioria; ao corpo legislativo? ele representa a maioria e lhe obedece cegamente; ao poder executivo? ele é nomeado pela maioria e lhe serve de instrumento passivo; a força pública? a força pública é a maioria sob as armas; ao júri? o júri, é a maioria revestida do direito de pronunciar os encarceramentos: os próprios juízes em alguns Estados, são eleitos pela maioria. Seja qual for a medida iníqua ou insensata, será preciso vos submetê-la a ela.
Suponham, ao contrario, um corpo legislativo composto de tal maneira que ele represente a maioria sem ser necessariamente escravo de suas paixões; um poder executivo que tenha uma força que lhe seja própria, e uma potência judiciária independente dos dois outros poderes; vocês ainda terão um governo democrático, mas quase não existirá mais as possibilidades para a tirania.
Eu não digo que no tempo atual se faça na América, um uso freqüente da tirania, eu digo que nós não descobrimos de maneira alguma uma garantia contra ela, e que é preciso procurar as causas da doçura do governo nas circunstâncias e nos costumes em vez de procurá-las nas leis.

- Idem, Segunda parte, cap.VII.


A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

Nada predestinava Alexis de Tocqueville (1805 - 1859) à tornar-se uma figura importante do liberalismo contemporâneo. Claro, ele gostava de lembrar sua ascendência liberal. Ele era bisneto de Malesherbes, que no século XVIII tinha protegido os enciclopedistas e tinha protestado contra os abusos fiscais da monarquia antes de defender o rei diante a Convenção. Mas o liberalismo de Malesherbes era ligado a uma sociedade de privilegiados. O jovem Tocqueville, aristocrata, temia a democracia: a revolução de 1830 lhe ensinou que a democracia era irresistível. Então ele decidiu, aos 25 anos, de ir observar a igualdade em ação nos Estados Unidos, que era na época o único exemplo de república. Quando ele embarcou em abril de 1831, ele inventou a questão que define o liberalismo moderno: como garantir a liberdade nas sociedades igualitárias? Publicado em 1835, "Da democracia na América", onde ele tira as lições de sua viagem de nove meses, é uma defesa por um liberalismo de uma "nova espécie" que se esforça ao mesmo tempo de promover o civismo e de dar a liberdade das garantias constitucionais.


ELOGIO DO SELF-GOVERNO

O que Tocqueville admira nos Estados Unidos e sobretudo na Nova Inglaterra, é primeiro o "patriotismo" que conduz cada habitante a se preocupar dos "interesses de seu país". "Da democracia", nós gravamos sobretudo o elogio da "descentralização". Tocqueville chama aqui descentralização, como mostra o primeiro extrato acima, o que os Americanos chamam "self-governo", palavra que nós não saberíamos traduzir, pois a França ignora a palavra e a coisa. A nação francesa se construiu pela ação centralizadora da monarquia; ao contrário, a federação americana se edificou a partir de comunas autônomas - se bem que se trata aqui menos de descentralização do que de democracia participativa. Os Americanos manifestam o mesmo "espírito de empreendimento" nos seus negócios particulares e nos negócios da comuna; eles se associam para criar as escolas, melhorar as prisões, lutar contra o alcoolismo... Pouco importa que a ação deles seja desordenada do ponto de vista da eficacidade "administrativa", o "concerto livre de vontades" assegura "com o tempo" a prosperidade coletiva. O liberalismo de Tocqueville é então o contrário de um individualismo. A liberdade do indivíduo encontra sua realização na participação política.


CONTROLE DOS PODERES

A descentralização não é suficiente para garantir a liberdade ameaçada na democracia pela "tirania da maioria"; Tocqueville não é um admirador cego dos Estados Unidos, do qual ele denuncia aqui a justiça e a política partidárias (principalmente ao encontro dos negros), e o conformismo intelectual. Contra a tirania, ele pleita, inspirando-se da Constituição Federal dos Estados Unidos, um sistema que garanta os direitos das minorias e dos indivíduos, repartindo os poderes: duas câmaras eleitas democraticamente, mas, seguindo modalidades diferentes, uma magistratura independente e o controle de constitucionalidade. Pela sua desconfiança ao encontro da autoridade, o pensamento de Tocqueville encontra dessa maneira o pensamento de Montesquieu ou ainda de Benjamin Constant.
O liberalismo de uma "nova espécie" de Tocqueville tem então por singularidade de ligar a democracia participativa e a defesa da liberdade individual, o que Constant chama a liberdade dos Antigos e a liberdade dos Modernos. Nisso Tocqueville é o fundador do liberalismo democrático.

- Françoise Mélonio, autora de "Tocqueville et les Français " (Auber, 1993).

domingo, 13 de maio de 2007

DEUSES OU MONSTROS?

Estamos, de novo, às voltas com a questão do aborto. O ministro Temporão quer fazer um plebiscito sobre o assunto. Há poucas semanas elaborei uma extensa matéria sobre o tema criticando os vários argumentos daqueles que o defendem. Na ocasião dei pouco relevo ao argumento religioso por me parecer que o assunto é eminentemente moral (embora as razões religiosas tenham lugar, sim, no debate de temas civis).
Lendo agora o livro "Aborto e a sociedade permissiva", de Pedro-Juan Viladrich, editado pela Quadrante, deparo-me com uma interessante linha de raciocínio. Diz o autor, no capítulo intitulado "O abortismo ideológico" (e aí se vê a razão pela qual todos os projetos que tratam de facilitar o aborto provêm da mesma vertente ideológica), vê as coisas da seguinte maneira: "Existe pessoa quando existe um mundo de consciência explícita, uma ordem de interioridade auto-consciente e um desabrochar da própria liberdade. Uma vez que não possui essas características, o feto talvez seja vida na perspectiva biológica, mas não é um ser humano do ponto de vista ideológico ou cultural; quem suprime um feto suprime vida biológica, mas não uma humanidade".
Assustadora idéia! A pessoa humana deixa de ser uma noção objetiva e uma realidade autônoma para se converter numa construção. Nas brilhantes palavras de Viladrich, tais ideólogos da cultura supõem que ao fazer uma "idéia de homem" estejam fazendo o próprio homem "à imagem e semelhança" de seu pensamento e de sua vontade.
E surge uma insuperável contradição. Só poderia criar o homem a partir de uma idéia quem pudesse criar a si mesmo a partir de uma idéia. Ora, o homem pode tirar-se a própria vida, mas não a pode dar-se; pode tirá-la de outrem, mas não a pode devolver. Por outro lado, não é a cultura que faz o homem ("porque a cultura não cria a si mesma"), mas é o homem quem faz a cultura. Logo, a cultura é a construção e o homem, o construtor.
Admitir-se o inverso, tolerar-se que a vontade de um ou de muitos possa definir o que é o humano e quem deve viver ou ser suprimido seria aceitar os autores de tais conceitos como "deuses ou como monstros". As conseqüências já conhecidas de suas teses consagram a segunda hipótese. Até porque, como ressalta Viladrich, ao triavializarem o real (a vida humana e sua essência) em benefício de sua "idéia de homem" (esta sim, absolutamente irreal, cultural, ideológica e transitória), franqueiam a humanidade inteira ao totalitarismo que tanto se empenham em vender sob os mais encantadores disfarces, ou impor pelos mais perversos meios de ação.


http://www.puggina.org/index.php

O COLAPSO DO PROTESTANTISMO

Henry Louis Mencken (1880-1956) (matéria escrita em 1926)


O fato de que o protestantismo está gravemente doente nos Estados Unidos deve ser óbvio para qualquer observador de patologia espiritual. Metade dele está se mudando, lenta e progressivamente, em direção aos braços do Cortesão das Sete Colinas; a outra metade desliza para o vuduísmo. A primeira metade leva com ela a maior parte do dinheiro protestante; a segunda leva a maior parte da libido protestante. O que sobrar no meio pode ser comparado a um tronco a que faltam um cérebro pensante e pernas para dançar – em outras palavras, algo que começa a ficar profissionalmente atraente para os papa-defuntos, embora ainda rebole para continuar respirando. Não há falta de vida nos escalões superiores, onde os metodistas mais solventes gradualmente se transmutam em episcopais, e os episcopais escalam os velhos bastiões da Santa Madre; não há também falta de vida nos escalões inferiores, onde os batistas matutos da zona rural descem rapidamente, pela estrada do fundamentalismo, para os dogmas e práticas da selva africana.
Em nenhum outro lugar, o protestantismo foi tão forte como nos Estados Unidos. Aqui é a terra do americano simples e piedoso, adepto da devoção e hostil a qualquer suspeita de orgia – do sujeito honesto que cumpre obedientemente as suas funções dominicais, paga seus tributos e espera por algumas palavras de conforto do pastor quando chegar a sua hora de morrer. Hoje, infelizmente, ele tende a faltas com seus pios exercícios, há rumores de que algo errado anda acontecendo com as igrejas, os jornais mais sectários ouriçam-se para pô-las na linha, e os pastores, fartos do trabalho paroquial e de pregação, preferem trabalhar como secretários executivos desses esquemas, o que os obriga a cruzar o país, expondo-os para os fiéis.
A extensão com que o protestantismo, em seus escalões superiores, sucumbiu aos lascivos avanços de Roma, parece ter sido pouco percebida pela maioria dos connoisseurs. Eu próprio ainda não tinha me dado conta de toda a verdade até um Natal recente quando, em busca de informações sobre outro assunto, contratei agentes para presenciar todos os cultos nas principais igrejas de uma importante cidade americana e trazer também os melhores relatórios sobre o que se passava nas igrejas menores. A substância desses relatórios, no que se referia às igreja patrocinadas pelos ricos, era simples: revelava uma acentuada tendência para a direita, quase um vôo cego sobre uma montanha. Seis supostas igrejas episcopais organizaram cultos à meia-noite da véspera de Natal, numa óbvia imitação das Missas do Galo da igreja católica, e uma delas chegou a classificar o seu próprio culto de missa solene. Duas outras igrejas convidaram seus nobres e fidalgos para procissões, e uma terceira disfarçou sua procissão com o nome de cortejo. Uma igreja executou a Missa de Santa Cecília, de Gounod, na manhã de Natal, e outra a Messe Solenelle, do mesmo compositor; três outras, um pouco mais cautelosas, contentaram-se em apresentar apenas partes do ritual católico. Uma delas, despindo-se de qualquer máscara ou eufemismo, convocou os fiéis para nada menos que três missas. Todos as seis igrejas brilhavam à luz de velas e duas empregaram incenso.
Mas isto não foi o pior. Duas igrejas presbiterianas e uma igreja batista, para não citar cinco luteranas de diferentes sínodos, entoaram cantos corais na madrugada de Natal, e a única presenciada por um de meus agentes que conseguiu acordar a tempo – era uma igreja presbiteriana – exibia as mesmas velas e tinha um palpável ressaibo romano. Pior ainda: uma rica e importante igreja metodista, apadrinhada pelos principais atacadistas e agiotas da cidade, atrevidamente ofereceu um “coral medieval”. Medieval? O que significa isto? A Idade Média terminou no dia 16 de julho de 1453, às 12 horas em ponto, e a Reforma só foi lançada por Martin Lutero a 31 de outubro de 1517, às 10h15 da manhã. Se o termo medieval, no sentido em que foi usado, não significa a Igreja Católica Romana, então sem dúvida perdi meu tempo na escola. Meu agente, nascido metodista, relatou que ficou chocado com a cerimônia.
Começou com sopros de pistões da torre da igreja e terminou com uma Ave Maria entoada por um coro com vestes a caráter. De novo as velas ardiam em fileiras por trás do santuário e, sobre elas, brilhava uma estrela elétrica. Realmente, Deus nos ajude! O que falta agora? Um pastor que, em futuro próximo, desafie os ensinamentos de Jeová, apresentando-se de alva e dalmática? Virará as costas aos fiéis? Mandará instalar uma cabine telefônica para confissões auriculares? Certamente ninguém duvida de que o uso de velas para adoração pública teria a aprovação dos metodistas de Ur, ou que ele teriam consentido a apresentação de Blasmusik por um coro a caráter. Há apenas sessenta ou setenta anos, no entanto, os metodistas proibiram celebrações de Natal de qualquer espécie, por considerá-las romanas e idólatras. Hoje temos cerimônias quase operísticas. Como já disse, os episcopais – que, na maioria das cidades americanas, são quase todos ex-metodistas ou ex-presbiterianos, e, em Nova York, ex-judeus – vão ainda mais longe. Em três das igrejas visitadas por meus agentes, a Santa Comunhão era quase indistinguível da uma missa católica, e em todas a casa estava cheia, assim como a sacola de esmolas.
Até os metodistas que continuam metodistas começam a vacilar. Cansados do alarido típico da demonologia metodista, aderiram ao novo estilo que lhes parece mais imponente e voluptuoso. O sermão deixa de ser uma carga de cavalaria e torna-se suave pizzicato. O coro abandona Jogue o Salva-Vidas e Você Está Pronto para o Dia do Juízo? E brinca de cantar Handel. É uma evolução que, vista de uma árvore, tem um certo mérito. O estoque de asneiras no mundo diminui sensivelmente, enquanto aumenta o de beleza. Mas o que pensariam disto os antigos pregadores ambulantes, imaginando como tudo aquilo voltou miraculosamente do Inferno?
Bem, é o bastante para explicar a volatilização do que está acontecendo. O que estará em progresso a seguir? Só consigo antever uma bárbara temporada de caça ao diabo. Em todas as partes dos Estados Unidos onde Belzebu continua a existir – por exemplo, nas zonas rurais do Meio-Oeste e em todo o Sul, exceto por algumas cidades protegidas por muralhas --, as seitas evangélicas mergulham num abismo de imbecilidade maligna e declaram uma guerra santa contra toda a decência acalentada pelos homens civilizados. Devem ter jogado o Novo Testamento no mar e retornado ao Velho, particularmente aos seus trechos mais sangrentos. O que mais salta à visa sobre os clérigos é a sua descomunal falta de informação e bom senso. Eles constituem, talvez, a classe mais ignorante de professores já formada para guiar um povo presumivelmente civilizado; são mais ignorantes ainda do que os superintendentes das escolas.
O aprendizado, na verdade, não é tido em alta estima pelo sectarismo evangélico, e qualquer matuto que saiba ler, se inflamado pelo Espírito Santo, é declarado apto a sair pregando. Mas eles não são mandados antes para um treinamento numa universidade? Sim, mas que universidade! Aquela lá no fundo de um vale, com seu único edifício rodeado de pastagens, e um corpo docente formado por pedagogos semi-idiotas e pregadores gagás. Tais homens, numa faculdade destas, ensinam oratória, história antiga, aritmética e a exegese do Velho Testamento. O aspirante sai da estrebaria e volta à sua cidade em um ano ou dois. Sua bagagem de conhecimentos é a mesma de um chofer de ônibus ou a de um ator de circo. Mas ele aprendeu os clichês da profissão, comprou um terno preto para os domingos, escapou do batente enfrentado por seus ancestrais e agora jorra luz e aprendizado para os trouxas como se fosse um chafariz.
from: Books of Insults.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Viva a França! Viva o Brasil!

Caríssimos Compatriotas !

Como vocês sabem, tenho a honra e o privilégio de ter a nacionalidade francesa, como vocês sabem, tenho também a honra, o privilégio e uma felicidade indizível de ser Brasileira! Da mesma maneira que hoje estou feliz com o resultado da eleição presidencial na França, espero um dia ter a mesma felicidade de ver um Brasileiro digno de representar nossa nação na presidência. Um Brasileiro que ame o Brasil e o Povo Brasileiro acima de tudo, que defenda nossos direitos, nossa liberdade, nossas riquezas e nosso potencial imenso e sem igual, nossa soberania perante o mundo. Que defenda a justiça, que defenda nossas crianças e nossos jovens e os proteja da miséria, da ignorância e da violência, assim como a todos os Brasileiros. E com ele, Brasileiros que tenham o mesmo amor por nosso lindo, imenso e maravilhoso Brasil !

Viva a França !

Viva o Brasil !

Viva a República !

Abraços fraternais e republicanos à todos !

Grata pela atenção.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Sócrates

"Abandona-te a mim, faça o esforço de responder as minhas questões"

[Sócrates] - [...] Faça o esforço de aplicar, à pluralidade das ciências, uma única definição.

Théétète: Você tem que saber exatamente, Sócrates, muitas vezes eu já empreendi esse exame, excitado por tuas perguntas, das quais o eco vinha até a mim. Infelizmente eu não posso me satisfazer das respostas que eu formulo, nem encontrar, nas que eu desejo formular, a exatidão que você exige, nem supremo recurso, me libertar do tormento de saber.

Sócrates - É que você sente as dores, ó meu caro Théétète, dores que não são de vacuidade, mas de plenitude.

Théétète - Eu não sei, Sócrates; eu apenas digo o que eu sinto.

Sócrates - Ora veja, garoto ridículo, você não ouviu falar que eu sou filho de uma parteira, que foi muito nobre e muito competente, Phénarète?

Théétète - Eu ouvi falar.

Sócrates - E que eu exerço a mesma arte; você ouviu falar também?

Théétète - De maneira alguma.

Sócrates - Minha arte de maiêutica tem as mesmas atribuições gerais que [a das parteiras]. A diferença é que ela liberta os homens e não as mulheres e que são as almas que ela vela em seu trabalho de dar a luz, e de forma alguma os corpos. Mas o maior privilégio da arte que eu pratico é que ela sabe provar e discernir, com o maior rigor, se é vã e falsa aparência que dá a luz à reflexão do homem jovem, ou se é fruto de vida e de verdade. Eu tenho, com efeito, mesma impotência que as parteiras, dar a luz com sabedoria não está no meu poder, e a censura que várias pessoas já me fizeram opróbrio, que outras fazendo questões eu não dou jamais minha opinião pessoal sobre nenhum assunto e que a causa disso está no vazio da minha própria sabedoria, é censura verídica. A verdadeira causa, é que: ajudar os outros a dar a luz é uma coerção que o deus me impõe; procriar é potência que ele afastou de mim. Então eu não sou sábio de maneira alguma, e eu não possuo, nenhuma invenção que o seja, e que minha alma tenha ela mesma gerado.
Mas aqueles que procuram minha relação, imediatamente, parecem, alguns mesmo totalmente, não saber nada. Ora todos, à medida que avança a relação deles comigo e se o deus lhes concede favor, maravilhosa é a velocidade em que eles progridem, ao próprio julgamento deles como ao julgamento dos outros. O fato é, portanto claro que eles nunca aprenderam nada de mim, e que somente eles, no seio deles, conceberam essa riqueza de belos pensamentos que eles descobrem e realizam. Da libertação deles, no entanto, o deus e eu somos os autores. [...]
O que sente àqueles que vêm me freqüentar parece ainda em outro ponto ao que sentem as mulheres na hora do parto: eles sentem as dores, eles são repletos de perplexidades que os atormentam durante as noites e durante os dias bem mais do que essas mulheres. Ora essas dores, minha arte tem o poder de desapertá-las e de acalmá-las. Eis então, no estado deles, o tratamento que eu dou. Mas existem pessoas, Théétète, que eu julgo que eles não estão em gestação de nenhum fruto. Eu conheço então que eles não têm, de mim, nenhuma necessidade. [...] Porquê, caríssimo, eu te dei esses detalhes? Porque eu desconfio, o que você mesmo tem idéia, que você sente as dores de uma gestação íntima. Então abandona-te a mim como ao filho de uma parteira, ele mesmo parteiro; esforça-te de responder as minhas questões com a maior exatidão que você puder; e se, examinando algumas das tuas fórmulas, eu estimo ter encontrado nelas vã aparência e de maneira alguma a verdade, e que então eu a arrancarei e a jogarei bem longe, não entre na fúria selvagem que pega as jovens parturientes ameaçadas no primeiro filho. Já é o caso de muitos, ó maravilhoso garoto, que, ao meu encontro, vieram pessoas tão desconfiadas que eles estavam realmente prontas a morder assim que eu tirasse delas a primeira asneira. Elas não imaginam de maneira alguma que eu faço isso por benevolência. [...]

- Platão, Théétète, 148E - 151D - Les Belles - Lettres, 1926 -


MAIÊUTICA

Na filosofia socrática, arte de extrair do interlocutor, por meio de perguntas, as verdades do objeto em questão.


A MAIÊUTICA OU A ARTE DA PEDAGOGIA

Sócrates viveu no século V de nossa era, a idade de ouro da democracia athénienne. É nesse contexto de prosperidade que sua atividade filosófica se desenvolve, sob a forma de longas discussões com seus compatriotas na rua, no "ágora" - a praça no centro da cidade grega onde havia os debates das Coisas Públicas -, ou nos ginásios, esses estabelecimentos onde os homens se encontravam para cultivar o corpo deles. Graças ao método crítico que ele iniciou, através as questões fundamentais que ele legou a posteridade e pelo ideal da vida filosófica que ele propôs, Sócrates exerceu uma influência capital no pensamento filosófico, de Platão a Kierkegaard, dos estóicos a Nietzsche. Portanto ele não escreveu nada: sua obra nos é conhecida essencialmente pelos depoimentos de seus discípulos Xénophon, e sobretudo Platão, que o pôs em cena em numerosos diálogos.
Ao contrario de seus predecessores, Sócrates não tenta sondar a natureza no seu princípio nem elaborar uma cosmologia. "Conhece-te a ti mesmo", tal é a máxima, inscrita no frontão do templo de Delphes, que ele utiliza em seus discursos.
O homem deve deixar os deuses se ocupar da ordem do universo e se consagrar às coisas de seu próprio interesse: o cuidado de sua alma e a conduta de sua vida. Nesse sentido, o pensamento socrático é uma filosofia moral, que o objetivo é deslindar as noções do bem, do belo, da justiça, da verdade, do amor, etc. Se Sócrates concede tanta importância a virtude, é que a felicidade reside na ação virtuosa. Na medida em que todo homem procura a felicidade, àquele que sabe reconhecer a virtude agirá necessariamente em conseqüência. Nesse ponto de vista, "ninguém é mau voluntariamente". É por ignorância que os homens cometem o mal e a injustiça.
No entanto, Sócrates não pretende dispensar um conhecimento do qual ele seria o depositário privilegiado: "A única coisa que eu sei, é que eu não sei nada" (Apologia de Sócrates). Seja qual for o seu interlocutor e o problema abordado, seu método não consiste, como fazem os sofistas, a dissertar em uma tese para persuadir o auditório.
A força de seu método reside na arte de interrogar e de avançar dessa maneira em direção do conceito procurado. De questões à respostas, ele revela as contradições existentes de seu interlocutor, de quem ele faz realizar que o que ele compreende por um conhecimento é na realidade uma simples opinião (doxa).


PARTEIRO DE ALMAS

Essa maneira que tem Sócrates de confundir as pessoas lhes fazendo se conscientizar de suas ignorâncias fazendo de conta que ele não sabe nada é relativa a célebre ironia socrática, que lhe valeu muitos inimigos, mas também a admiração dos jovens da cidade. Esses, fascinados pela sua habilidade, apegaram-se realmente a esse homem que, não se contenta apenas de revelar a ignorância deles, mas os ajuda a realizar o conhecimento da verdade e das idéias que eles possuem escondidas neles. Esta é toda a arte da maiêutica ou arte de procriar: Sócrates não ensina nada, mas, pela sua dialética, procede à libertação dos espíritos e os assiste nesse esforço, como uma parteira assiste a uma mulher grávida.
Sócrates representa na nossa tradição o modelo do pedagogo. Aquele que além de transmitir um conhecimento forma seus discípulos a examinar de uma maneira crítica todas as idéias recebidas, de maneira a libertar sistematicamente a generalidade e a verdade do conceito.

- S.-J.A. - France - 2007 -


DIALÉTICA
Das palavras gregas "dialegein" (distinguir) e "dialegesthai" (dialogar). É primeiro a arte codificada do diálogo filosófico, "arte de interrogar e de responder", que se opõe a crítica (de cris, brigas), onde os participantes tentam impor seus pontos de vista. A dialética aparece com Zénon d'Èlée, que procura reduzir os argumentos dos adversários de Parménide. Nos sofistas, ela designa os raciocínios formais e artificiais, permitindo de provar não importa o quê. Em Sócrates ela consiste em um diálogo estreito que permite de dissipar os falsos conhecimentos para melhor acessar a verdade. Aristóteles verá na dialética um método permitindo de libertar, em todos os assuntos, as idéias admitidas por todos com o objetivo de obter raciocínios prováveis (Topiques, I, 1). No século XIX para Hegel e Marx, ela não é mais essencial no diálogo, mais na realidade histórica. O jogo das oposições explica então o que se tornará a natureza e o espírito.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Resistência Brasil

INTRODUÇÃO (NO FINAL ENTRADA PARA O PROTOCOLO )

PROTOCOLO DOS SÁBIOS DO CAPITALISMO INTERNACIONAL

*Origem e destino deste Livro
* Provas no Brasil da atuação das leis deste livro
* Como evitar a ação deste livro



Origem deste Livro.

Esta é uma versão de um livro provavelmente editado em 1936, que em seu corpo visa mostrar um plano internacional de dominação e acusar a um determinado povo de ser o autor deste plano para dominar a humanidade.
O escritor russo G. Butmi publicou (1907) uma versão que teria traduzido da língua original em que teria sido feito os protocolos. O titulo era "Os inimigos da Humanidade", foi editado na cidade de São Petersburgo era dedicado a União dos Povos Russos, uma associação patriota que combatia as entidades secretas. Posteriormente foi se espalhando pelo mundo traduções deste livro.


Destino deste livro

Submeter toda humanidade a uns poucos escolhidos dirigentes do G8, o Gov. Mundial. Mas é bem claro que este plano, visa garantir os privilégios dos possuidores de grandes riquezas e não especificamente do seu povo em geral, pois é bem sabido que a maioria de todos os povos vivem do suor de seu rosto. Por isto não é perfeitamente justo apontar o dedo para um povo e julgá-lo como participante deste plano, quando muito ser ligeiramente beneficiado por sua política. Os divulgadores deste livro poderiam ter, naquela época, tanto ou mais culpa no cartório que o povo acusado.
Mas todos nós devemos sentir as leis que o Governo oculto do Mundo (GM) usa para hipnotizar os povos (através do domínio total dos meios de comunicação, que dependem, estes, dos banqueiros para sobreviver, logo são a eles foreiros). Certamente, este Governo Oculto hoje não é meramente racial, deve usar alguns componentes raciais para seu objetivo por facilidade de máfias já instaladas e eficientes, mas transcendem estas máfias raciais. Vejam a universalidade do G8. Sendo que 80% dos grandes banqueiros pertence a um povo ou se escondeu dentro dele, pois esta simbiose já vem desde antes de Cristo. Hoje a máscara caiu. Um grupo de nações se organizaram oficialmente para explorar as outras. Chegaram ao ápice, não precisam mais esconder tanto. O GM é o cérebro pensante destes destruidores da sociedade fraterna e do planeta.
Atenção você que é líder estudantil, partidário, comunitário, militar e até mesmo religioso, pode estar sendo utilizado como massa de manobra para atingir o fim do GM, para lhe sermos francos certamente o está. Leia atentamente o protocolo e entenda seu mecanismo de ação.


Provas no Brasil da atuação deste livro

Se analisarmos os paises do G8, vamos observar que todos eles já acabaram com as suas reservas biológicas e demais recursos naturais e ainda tem somente o solo produtivo por alguns meses do ano, o frio e a neve a tudo cobre. Como poderiam eles dizer-nos que tem recursos financeiros para nos emprestar?
Isto nasceu de um artificialismo que o protocolo em seu último capítulo indica claramente, o monetarismo. Hoje a humanidade está absolutamente perdida na realidade dos valores. Riquezas que deveriam ser o acúmulo de bens passou a ser o acúmulo de papel pintado chamado Dólar. Agora em nossas paginas estamos dando prova de que o dólar é realmente mero papel pintado, o Federal Reserve Board, dos EUA é uma entidade privada dos banqueiros (GM) e tem o poder de emitir papel pintado quando bem entendem e emprestar aos povos os tornando foreiros a eles. Que engodo. O governo francês D'Gaule provou que o dólar não tinha lastro em ouro conforme havia sido determinado internacionalmente quando se tomou esta moeda por referência para as trocas internacionais. Por isso, e muito mais, a afirmação que aquela moeda é papel pintado é valida.


Ação do GM na América Latina

É fácil observar que a América Latina está há muito submetida a um só governo, não nacional. Tivemos o período das hiperinflações que anormalmente chegaram, em vários países, a mais de 1000% ao ano. Em nenhum país o mecanismo de correção monetária deu certo logo os economistas de plantão sabiam do resultado deste artifício. Depois vieram os planos econômicos "saneadores" e com eles a eleição de presidentes que são colocados pela mídia como verdadeiros arautos da libertação (FHC, Menen, Fujimori...) eleitos estilo do protocolo. Primeiro provoque o caos e os que vierem para restabelecer o mínimo de ordem serão ovacionados como arautos da libertação. Isto é literal nos protocolos
Estes governadores eleitos seguindo ordem do GM desnacionalizam tudo, destroem a economia e soberania local, enfraquecem as forças armadas e os meios de comunicação centralizados nas mãos de poucos, a tudo vêem e nada denunciam de forma contundente banalizam tudo impedindo o senso crítico da maioria. Impõem o GM que O DIREITO RESIDE NA FORÇA prendem governadores como o do Panamá que saiu preso do país para os EUA. Invadem e matam como agora no Afeganistão, Irã... Está absolutamente claro que existe um poder central fora de nossas mãos
Leia em nosso sítio várias páginas sobre a atuação declarada da CIA na derrubada e colocação de governos por toda a América Latina, onde bilhões de dólares são doados aos serviçais de plantão eleitos como poder executivo ou legislativo. Depois espalhando dito que não somos competentes em eleger, como competir com bilhões de papeis pintados espalhados nas mãos dos serviçais candidatos do sistema, sem termos os meios de comunicação? Somente com a sua colaboração em divulgar com todas as suas forças esta mensagem!
Tudo isto é preparativo para o golpe final o esfacelamento de nossa unidade territorial e o final a tomada do Brasil. O povo dos países do G8, já estão sendo preparados psicologicamente para a necessidade imperiosa para o bem da humanidade que a Amazônia e o pantanal sejam tomados pelos povos mais bem preparados de índole superior. Tudo aos moldes do Protocolo. Acabado a guerra fria com um descarado acerto entre as partes que querem dividir o bolo; agora, o perigo indicado pela mídia, são os traficantes. Nos EUA somos taxados de corruptos, ligados ao narcotráfico etc...


Como evitar a ação deste livro

O movimento Anarquista possui em seu bojo o antivírus para o protocolo que é o não centralismo. O vírus do protocolo precisa de um líder que eles insuflam artificialmente para governar as massas. Por isto no inicio das lutas os sindicatos eram organizações anarquistas, mas isto alertou aos articuladores do protocolo que o mundo tomaria outro rumo de governabilidade e criaram logo um comunismo com uma prática errada pseudo-libertária; quando era uma ditadura do estado e não dos operários para conter o movimento anarquista. Agora na cara de pau deram cabo do comunismo que eles criaram no lugar de um verdadeiro comunismo que os primeiros cristãos já indicavam o caminho. Por isto, foram trucidados e o "sábio" imperador Constantino, tratou de absorver para o estado romano o novo perigo, da socialização fraterna entre os homens, independendo de mediadores imperiais, o sacerdócio.
Vejam os sindicatos, absolutamente inseridos no contesto, seus dirigentes sempre oriundos de partidos políticos, partidos estes que existem formados grupos de interesse normalmente vinculado ao grande capital que os financiam, logo os sindicalistas a eles ligados estão por essência corrompidos, e ainda os sindicatos se reúnem em federações e esta federações em outras federações internacionais que desvirtuam totalmente o eixo da luta.
Não advogamos necessariamente que temos de aderir ao movimento anárquico, mas que cada um crie movimentos de resistência pacifica não centralizados, mas cooperativados.
Que em sua escola, trabalho, igreja, quartel ou qualquer outra associação, seja aberta grupos de discussão e de trabalho para a conscientização coletiva, criação de documentos incentivando ao uso de produtos nacionais, eliminação no falar e escrever de termos em inglês. Que estes grupos operem de forma cooperativados e não centralizados. Que a fraternidade seja a mola motora de toda a ação e não o ódio. O GM implantou o ódio entre as classes como forma de dividir para governar, assim recebem da classe dona do capital local, recursos para sufocar a classe trabalhadora, mas que na verdade sufocam também o capitalista nacional que inocentemente neles acreditam.


É fundamental :

Que todos entendam que o sistema de governo atual, composto de partidos políticos, está absolutamente baseado no conjunto dos diretórios. E que o GM financia seus afilhados locais para fazer campanha eleitorais e estes para garantir sua participação no bolo lutam para ter um diretório partidário "esotérico" que ninguém sabe onde esta, que dia se reúne, etc. Vejamos o corpo humano não é formado por células? O conjunto das células é que compõem o corpo humano. Assim é nosso sistema político. O conjunto de diretório é que compõe a vida política. É por isso que os partidos se assemelham, todos vêem do mesmo vício, diretórios de mentira. A principio, não deveria existir partido contra o povo, pois, o povo indo para os diretórios podem gerir a vida da nação. As convenções dos partidos é que escolhem quem sairá candidato é nesta hora que as cartas são marcadas. Temos de assegurar que seja o povo e não grupelhos que estão no controle desta formidável arma da democracia, o diretório dos partidos. Cada grupo de resistência deve incentivar o povo a participar ativamente dos diretórios partidário seja que índole o cidadão tiver, existe partido mais conservador, mais a direita, mais a esquerda, mas se o povo lá estiver todos serão pro Brasil. Se organizem em seus diretórios e recebam do núcleo de resistência ferramentas para entenderem a vida política. Não devendo o núcleo de resistência se envolver diretamente na luta partidária, pois o seu objetivo é o todo e não as partes que se formam em partidos.
O resto dever ser escrito por você meu nobre leitor. Escreva com seu ponto de vista

resistenciabr@ieg.com.br Entre nos protocolos