segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os Quatro Elementos

O estudo das forças ocultas da natureza, presentes nos quatro elementos e seus elementais são comuns a todas as culturas por tratar-se de uma necessidade latente do ser humano. A Iniciação Hermética quase sempre tem início com base nos quatro elementos grosseiros da natureza: ar, terra, fogo e água. A partir de uma evolução interior o iniciado passa a estudar os quatro elementos em sua forma mais sutil por meio de uma analogia entre o material tangível e o abstrato, psíquico ou espiritual.


Vejamos uma breve análise sobre cada um dos elementos, elaborada por mim, tendo por base os estudos sobre Hermetismo ao longo dos últimos anos. Tal síntese será apresentada em uma seqüência ordenada de tal forma que possa sintetizar da melhor maneira possível a natureza dos elementos de acordo com a ideologia espiritualista proposta pelo nosso site. Assim, poderemos obter uma visão mais ampla e maior compreensão acerca dos nossos processos criativos interiores em suas diversas fases:


Ar

O ar representa o meio pelo qual todas as ações e realizações humanas têm seu início: o nosso mundo das idéias. Espiritualmente falando, representa o éter ou plano astral, que, em linguagem mais moderna, pode muito bem ser chamado de psique ou inconsciente. É também o elemento representante da mente com suas freqüentes transformações. O elemento ar está dessa forma diretamente associado ao pensamento, e, segundo diversas correntes herméticas, é governado por elementais denominadas Fadas.


Fogo

O fogo representa o desejo, a vontade, a mudança, a purificação, a transformação, a energia da ativação, que em termos estritamente espirituais, pode ser representado pelo poder da fé. Segundo o hermetismo tradicional, esse elemento é governado pelas Salamandras e tem um significado espiritual muito forte por representar a Energia Divina. Em quase todas as religiões que se utilizam de rituais, o fogo é utilizado como forma de representação da Luz Divina. As velas, as fogueiras, são objetos que representam a força desse elemento.


Água

A água, segundo a maioria das correntes herméticas, está relacionada às emoções do inconsciente. Emoções que nutrem os nossos sonhos e ideais na vida. Pode muito bem representar, no processo espiritual construtivo, a energia da esperança que alimenta e mantém ativa a fé ou a crença do iniciado. Elemento governado pelas Undinas e de caráter feminino em sua essência. Ativa a intuição e a emoção. Os espelhos mágicos dos ocultistas podem ser objetos que muito bem representam esse elemento.


Terra

A terra representa, hermeticamente falando, o lado visível da vida ou a manifestação concreta de todas as sementes que germinam no mundo das idéias mediante a ação concreta do Iniciado. Esse elemento ativa nossa energia interna para a realização e para a ação de coisas concretas. Representa, ainda, o nosso próprio organismo e tudo o mais relacionado ao mundo material. Geralmente, em hermetismo, esse elemento pode ser representado pelo símbolo da cruz que alegoriza a materialização da essência divina. Os Gnomos são elementais que governam o elemento terra, segundo os ocultistas.


Simplificando:

Tudo começa com o elemento ar no mundo das idéias, onde predomina o caos de pensamentos e crenças variadas que desprendem energia aleatoriamente e sem foco. A partir de uma introspecção do Iniciado pelos recônditos misteriosos do Ser, predomina o elemento fogo, representando aqui a energia da vontade direcionada (a fé). Em seguida, deve predominar o elemento água, representativo do sentimento de convicção que deve nascer do fogo secreto da fé transformando essa crença inicial em uma esperança constante, vital para a concretização do processo criativo. Finalmente surge a predominância do elemento terra representando a materialização da vontade que surgiu dos recônditos interiores do ser. Essa é a forma que escolhi para representar o simbolismo dos quatro
elementos em nosso processo de criação de coisas psíquicas, espirituais e até físicas. Quem puder compreender; compreenda.

Para finalizar esta análise, vejamos a seguir um trecho extraído do meu livro Alquimista por Acaso, que tão bem exemplifica a natureza espiritual dos quatro elementos:
“Naquela noite, ao cair na cama, simplesmente me apaguei em um sono profundo. Não sei se devido à ansiedade latente da minha busca frustrada, pouco antes do alvorecer, tive uma série de sonhos, todos relacionados ao tesouro perdido. Um deles, porém, chamou muito minha atenção. Aconteceu um pouco antes do despertar. No sonho eu estava a escavar o solo em um imenso buraco que já havia feito sob a árvore, quando, de repente, ouço uma voz ressonante de um homem que estava à beira do buraco e que, nesse momento, já havia se transformado em um túnel escuro no qual eu estava imerso.

- Paulo – dizia o homem misterioso. Desista.
O tesouro que estás buscando é verdadeiramente encantado e só conseguirás teu intento quando estiverdes apto a quebrar tal encanto.
- Como posso fazer isso? Perguntei.
-Poderás quebrá-lo somente de duas maneiras: pelo sofrimento ou pelo conhecimento. Escolhendo o sofrimento escavarás sem parar por toda a extensão dessa mata. Através desse sacrifício desesperado poderás por sorte encontrar o tesouro em alguns anos. Se por outro lado, escolherdes o caminho do conhecimento, deverás seguir fielmente as instruções, e com sorte, no tempo prometido, encontrarás o que buscas.
- Qual das opções devo seguir? – perguntei já sabendo qual seria a resposta.
- O caminho do conhecimento é mais suave e menos doloroso - respondeu-me a voz. Pelo sofrimento levará anos para encontrar o seu tesouro. Seguindo a senda do conhecimento revelado pelas forças da natureza, ainda poderás atingir o objetivo no prazo estipulado.
- Como posso fazer isso? – perguntei gritando a ele do fundo do imenso buraco.
- Deves buscar a mistura dos quatro elementos na sua forma sutil e não na forma grosseira – respondeu-me o homem.
- Como assim? – Insisti. Não entendo o que quer dizer.
- O ar, a terra, a água e o fogo, portanto, elementos superiores; não os ordinários, respondeu-me ele.
- Continuo não entendendo o que significa isso – Insisti.
- Deves buscar os quatro elementos dentro de você – respondeu.
- Como conseguir tal intento?
- Não posso dar mais detalhes porque você deve ser digno do tesouro por seu próprio esforço. Apenas posso falar a respeito do significado dos quatro elementos no homem: o fogo representa um forte desejo, a água representa o sentimento que o nutre e a terra representa a manifestação desse desejo mediante a lei universal irrevogável de causa e efeito.
- E o elemento ar? – Perguntei-lhe.
- O ar representa o éter. Meio onde tudo se manifesta. Buscai e encontrareis a mistura dos elementos dentro de si. Esse é o segredo para o seu tesouro. Agora saia desse buraco porque o tesouro não está aí no escuro. Ele está na luz. Estas foram as últimas palavras ditas pelo homem misterioso em meu sonho antes do despertar.
Quando pensei em fazer mais algumas perguntas acordei assustado com a incrível lucidez vivida naquele sonho. Parecia um fato real. O buraco escuro do sonho mostrou um relevante contraste mediante a luz que agredia meus olhos pelo vidro da janela. Eram os primeiros raios do sol anunciando o nascer de mais um dia”.

sábado, 3 de outubro de 2009

Erzsébet Báthory

Erzsébet Báthory (7 de agosto de 156021 de agosto de 1614), em português Elisabete ou Isabel Báthory, foi uma condessa húngarada renomada família Báthory que entrou para a História por uma suposta série de crimes hediondos e cruéis que teria cometido, vinculados com sua obsessão pela beleza. Como conseqüência, ela ficou conhecida como "A condessa sangrenta" e "A condessa Drácula".

Nascimento e família

Erzsébet Báthory nasceu em Nyírbátor, que então fazia parte do Reino da Hungria, território hoje pertencente à República Eslovaca. A maior parte de sua vida adulta foi passada no Castelo Čachtice, perto da cidade de Vishine, a nordeste do que é hoje Bratislava, onde aÁustria, a Hungria e a Eslováquia se juntam.

Era filha do nascido plebeu barão Báthory, George e de sua esposa, Anna de Somlyó. Tinha um irmão, Stephan Báthory. Anna era filha de Istvan Báthory I de Somlyó e Katalin Telegdi. Anna era irmã do rei István Batory.

Erzsébet cresceu em uma época em que os turcos conquistaram a maior parte do território húngaro, que servia de campo de batalha entre os exércitos do Império Otomano e a Áustriados Habsburgo. A área era também dividida por diferenças religiosas. A família Báthory se juntou à nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional.

Foi criada na propriedade de sua família em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança, ela sofreu doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. Em1571, seu tio István Báthory tornou-se príncipe da Transilvânia e, mais tarde na mesma década, ascendeu ao trono da Polônia. Foi um dos regentes mais competentes de sua época, embora seus planos para a unificação da Europa contra os turcos tivessem fracassado em virtude dos esforços necessários para combater Ivan, o Terrível, que cobiçava seu território.


Casamento e sadismo

Vaidosa e bela, Erzsébet ficou noiva do conde Ferenc Nadasdy aos onze anos de idade, passando a viver, no castelo dos Nádasdy, em Sárvár. Em 1574, ela engravidou de um camponês. Quando sua condição se tornou visível, escondeu-se até a chegada do bebê. O casamento ocorreu em maio de 1575. O conde Nadasdy era militar e, freqüentemente, ficava fora de casa por longos períodos. Nesse meio tempo, Erzsébet assumia os deveres de cuidar dos assuntos do castelo da família Nadasdy. Foi a partir daí que suas tendências sádicas começaram a revelar-se - com o disciplinamento de um grande contingente de empregados, principalmente mulheres jovens.

À época, o comportamento cruel e arbitrário dos detentores do poder para com os criados era comum; o nível de crueldade de Erzsébet era notório. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava todas as desculpas para infligir castigos, deleitando-se na tortura e na morte de suas vítimas. Espetava alfinetes em vários pontos sensíveis do corpo das suas vítimas, como, por exemplo, sob as unhas. No inverno, executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar pela neve, despejando água gelada nelas até morrerem congeladas.

O marido de Báthory juntava-se a ela nesse tipo de comportamento sádico e até lhe ensinou algumas modalidades de punição: o despimento de uma mulher e o cobrimento do corpo commel, deixando-o à mercê de insetos.


Viuvez e mais crimes

O conde Nadasdy morreu em 1604, e Erzsébet mudou-se para Viena após o seu enterro. Passou também algum tempo em sua propriedade de Beckov e no solar de Čachtice, ambos localizados onde é hoje a Eslováquia. Esses foram os cenários de seus atos mais famosos e depravados.

Nos anos que se seguiram à morte do marido, a companheira de Erzsébet no crime foi uma mulher de nome Anna Darvulia, de quem pouco se sabe a respeito. Quando Darvulia adoeceu, Erzsébet se voltou para Erzsi Majorova, viúva de um fazendeiro local, seu inquilino. Majorova parece ter sido responsável pelo declínio mental final de Erzsébet, ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas. Em virtude de estar tendo dificuldade para arregimentar mais jovens como servas à medida que os rumores sobre suas atividades se espalhavam pelas redondezas, Erzsébet seguiu os conselhos de Majorova. Em 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio.


Prisão e morte

No início do verão de 1610, tiveram início as primeiras investigações sobre os crimes de Erzsébet Báthory. Todavia, o verdadeiro objetivo das investigações não era conseguir umacondenação, mas sim confiscar-lhe os bens e suspender o pagamento da dívida contraída ao seu marido pelo rei.

Erzsébet foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda, em 7 de janeiro de 1611. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Erzsébet, a qual continha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra.

Seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas. Erzsébet foi condenada à prisão perpétua, em solitária. Foi encarcerada em um aposento do castelo de Čachtice, sem portas ou janelas. A única comunicação com o exterior era uma pequena abertura para a passagem de ar e de alimentos. A condessa permaneceu aí os seus três últimos anos de vida, tendo falecido em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras dos Báthory, em Ecsed.


Julgamento e documentos

No julgamento de Erzsébet, não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados, porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais.

Não foi senão cem anos mais tarde que um padre jesuíta, Laszlo Turoczy, localizou alguns documentos originais do julgamento e recolheu histórias que circulavam entre os habitantes de Čachtice. Turoczy incluiu um relato de sua vida no livro que escreveu sobre a história da Hungria. Seu livro sugeria a possibilidade de Erzsébet ter-se banhado em sangue. Publicado no ano de 1720, o livro surgiu durante uma onda de interesse pelo vampirismo na Europa oriental.


Lendas posteriores

Escritores posteriores retomariam a história, acrescentando alguns detalhes. Duas histórias ilustram as lendas que se formaram em torno de Erzsébet Báthory, apesar da ausência de registros jurídicos sobre sua vida e das tentativas de remover qualquer menção a ela na história da Hungria:

  • Diz-se que certo dia a condessa, já sem a frescura da juventude, estava sendo penteada por uma jovem criada, quando esta puxou seus cabelos acidentalmente. Erzsébet virou-se para ela e a espancou. O sangue espirrou e algumas gotas caíram em sua mão. Ao esfregar o sangue, pareceu-lhe que estas a rejuvenesciam. Foi após esse incidente que passou a banhar-se no sangue de humanos.
  • Uma segunda história refere-se ao comportamento de Erzsébet após a morte do marido, quando se dizia que ela se envolvia com homens mais jovens. Numa ocasião, quando estava em companhia de um desses homens, viu uma mulher de idade avançada e perguntou a ele: "O que você faria se tivesse de beijar aquela bruxa velha?". O homem respondeu com palavras de desprezo. A velha, entretanto, ao ouvir o diálogo, acusou Erzsébet de excessiva vaidade e acrescentou que a decadência física era inevitável, mesmo para uma condessa. Diversos historiadores têm relacionado a morte do marido de Erzsébet e esse episódio com seu receio de envelhecer.


Descendência

  • Pal, casado com a plebeia Judith Revay;
  • András;
  • Anna, casada com Miklós VI, conde Zrinyi;
  • Orsolya;
  • Katalin, casada com Gyorgy, conde Drugeth de Omona;