" Uma vida conforme ao espirito serà verdadeiramente divina"
Felicidade e virtude
Felicidade e virtude
Da confissão geral, a felicidade é completa, se satisfaz a ela mesma pois ela é o fim de nossa atividade. Mas, talvez, de acordo com o fato que a felicidade é o bem soberano, nòs desejamos ter algumas posições suplementàrias. Nòs chegariamos rapidamente a um resultado tendo consciência do que é a função pròpria do homem. Para o mùsico que toca flauta, para toda espécie de artesão e em uma palavra para todos que praticam um trabalho e exercem uma atividade, o bem e a perfeição residem, de uma certa maneira, na função ela mesma. De toda evidência, é da mesma maneira para o homem, se existe alguma ação que lhe seja pròpria
.È preciso então admitir [....] que a natureza fez do homem um ocioso ? [....]
Se a ação pròpria ao homem é a atividade da alma, de acordo completo ou parcial com a razão [....], nòs supomos que a função do homem é um certo tipo de vida e que esse tipo de vida é a atividade da alma, acompanhada de ações razoàveis [...]; nessas condições, o bem pròprio ao homem é a atividade da alma em conformidade com a virtude; e, se as virtudes são numerosas, segundo aquela que é a melhor e a mais realizada.
- Ètica à Nicomaque, 1, 7, 8-15 y- Aristote - Garnier- Flammarion, Trad. J. Voilquin. -
O justo meio-termo
Em todo objeto homogêneo e divisìvel, nòs podemos distinguir o mais, o menos, o igual, seja no pròprio objeto, seja em relação a nòs mesmos. Ora, o igual é intermediàrio entre o excesso e a falta. [....] Acrescetemos ainda que a virtude, da mesma maneira que a natureza, prevalece na exatidão e na eficacidade sobre toda espécie de arte; em tais condições, o objetivo que se propõe a virtude poderia de alguma maneira ser uma sensatez média. Por exemplo, os sentimentos de terror, de segurança, de desejo, de còlera, de piedade, enfim de prazer ou de dificuldade podem nos afetar ou muito ou muito pouco, e de uma maneira defeituosa nos dois casos. Mas se nòs experitamos esses sentimentos no momento oportuno, [.....] para fins e em condições convenientes, nòs permanecemos em uma excelente média, e é nessa média que se encontra o pròprio da virtude. Da mesma maneira, nòs encontramos nas ações excesso, falta e justo meio-termo. [....]
A virtude é então uma disposição adquirida voluntària, consistindo em relação à nòs mesmos no justo meio-termo, definida pela razão em conformidade com a conduta de um homem prudente. Ela se situa no justo meio-termo entre duas extremidades prejudiciais, uma pelo excesso, a outra pela falta.
- Idem, II, 6, 4-15.
A vida contemplativa
Se é verdade que a felicidade é a atividade conforme a virtude, é de toda evidência que é esta que é conforme a virtude mais perfeita, quer dizer àquela da parte do homem mais alta. Que se trate do espìrito ou de toda outra faculdade de qual parece pertencer por natureza o império, o mandamento, o conhecimento de que o que é o bem é divino; que essa faculdade também seja divina ou o que existe em nòs de mais divino, é a atividade dessa parte de nòs mesmos, atividade conforme a sua pròpria virtude, que constitue a felicidade perfeita. Nòs dissemos que ela é contemplativa.
- Idem, X, 7, 1
Uma tal vida, todavia, poderia estar além da condição humana. O homem então não vive mais na qualidade de homem, mais na medida em que ele possui algum caràter divino; e, tanto esse caràter divino prevalece no que é composto, tanto essa atividade serà excelente com relação àquela que resulta de todas as outras virtudes. Se então o espìrito, com relação ao homem, é um atributo divino, uma vida conforme ao espìrito serà, com relação a vida humana, verdadeiramente divina. Então nòs não devemos escutar as pessoas que nos aconselham, sob o pretexto que nòs somos mortais, de renunciar às coisas imortais. Mas, na medida do possìvel, nòs devemos nos tornar imortais e fazer tudo para viver conforme a parte mais excelente de nòs mesmos.
- Idem, X, 7, 8
Ètica a Nicomaque
Longe de ser um còdigo de moralidade, A Ètica a Nicomaque, de Aristote, se interroga sobre a orientação que a vida humana deve seguir para alcançar a felicidade, designada como um "bem soberano" desejado por ele mesmo. Para Aristote, esta não pode ser alcançada atravéis uma vida de prazeres. Os bens exteriores como os prazeres, as honras, as riquezas são insuficientes. È do ser interior, de certas disposições da alma humana apoiadas por um gênero de vida adequado, que a felicidade deve proceder.
A razão, "pròprio" do homem
A verdadeira felicidade se obtem graças a um modo de vida podendo realizar o que Aristote estima ser a "função" essencial do homem. Essa função, é na alma que ele procura, alma que ele divide em parte racional e parte irracional - àquela da vida e dos desejos orgânicos, suscetìveis todavia de obedecer a razão: é então atravéis ela que se define a pròpria função deles. A felicidade vai consistir dessa maneira em uma vida conduzida conforme a razão. Aristote qualifica de "virtuoso" o homem que segue sua razão. Então é o homem virtuoso que serà feliz.
Na Ètica a Nicomaque, Aristote trata primeiro do controle dos sentimentos pela razão ( livros II até IV ), graças as virtudes morais pròprias a essa parte irracional e adquiridas pelo hàbito. Isso não significa nega-las, mais dar a elas uma justa medida "entre o excesso e a falta": a coragem é dessa maneira o meio-termo entre a temeridade e a covardia, a moderação entre o desregramento e a insensibilidade, a grandeza da alma entre a vaidade e a humildade. Da mesma maneira, o prazer não é negado, pois ele pode se associar a uma atividade honesta ( o pensamento, a pràtica da virtude ) ou a uma profissão. Mais os sentimentos segundo ele excessivos, como o temor da dor ou a procura dos prazeres, devem ser controlados pois eles impedem a vocação humana de se realizar.
A moral de Aristote é então menos uma moral de constrangimento do que um pensamento de realização.Essa realização se faz pela razão (noûs). Atravéis esse argumento, Aristote não compreende a intelectualidade no sentido moderno, mais de uma certa maneira uma parte imortal de nòs mesmos, naturalmente voltada em direção do divino: o espìrito é o centro das virtudes intelectuais: a arte opera a escolha apropriada no bom momento, a ciência demonstrativa,a intuição espiritual dos princìpios ( indução ).
Mais a sua mais alta virtude é a sabedoria, união da intuição e da ciência, de qual a atividade pròpria é a contemplação do divino graças a ciência ( livro X ).
Metafìsica
No livro Metafìsica, Aristote se extasiava diante a felicidade eterna e perfeita de um Deus absorvido em sua pròpria contemplação. È então pela sabedoria que o homem pode participar dessa beatitude, pois sua contemplação se acompanha de um prazer sem mistura. Essa "vida segundo o espìrito" serà então a melhor vida, inclusive porque os deuses saberão recompensar essa escolha radical. È preciso ressaltar que o sàbio de Aristote, ao contràrio do sàbio de Platão, se recusa a toda vida polìtica, sem fugir da vida social: a autarquia divina sendo impossìvel de se alcançar, ele lhe substitui numerosos amigos, ingredientes necessàrios da felicidade.
De uma grande influência na filosofia ulterior, principalmente em Thomas d'Aquin que assimila vida contemplativa e vida monàstica, a ética de Aristote parece ter perdido sua influência hoje em uma sociedade marcada pelo hedonismo. Mais a exigência atual de realização pessoal poderia dar-lhe novamente uma importância.
- O.S -
.È preciso então admitir [....] que a natureza fez do homem um ocioso ? [....]
Se a ação pròpria ao homem é a atividade da alma, de acordo completo ou parcial com a razão [....], nòs supomos que a função do homem é um certo tipo de vida e que esse tipo de vida é a atividade da alma, acompanhada de ações razoàveis [...]; nessas condições, o bem pròprio ao homem é a atividade da alma em conformidade com a virtude; e, se as virtudes são numerosas, segundo aquela que é a melhor e a mais realizada.
- Ètica à Nicomaque, 1, 7, 8-15 y- Aristote - Garnier- Flammarion, Trad. J. Voilquin. -
O justo meio-termo
Em todo objeto homogêneo e divisìvel, nòs podemos distinguir o mais, o menos, o igual, seja no pròprio objeto, seja em relação a nòs mesmos. Ora, o igual é intermediàrio entre o excesso e a falta. [....] Acrescetemos ainda que a virtude, da mesma maneira que a natureza, prevalece na exatidão e na eficacidade sobre toda espécie de arte; em tais condições, o objetivo que se propõe a virtude poderia de alguma maneira ser uma sensatez média. Por exemplo, os sentimentos de terror, de segurança, de desejo, de còlera, de piedade, enfim de prazer ou de dificuldade podem nos afetar ou muito ou muito pouco, e de uma maneira defeituosa nos dois casos. Mas se nòs experitamos esses sentimentos no momento oportuno, [.....] para fins e em condições convenientes, nòs permanecemos em uma excelente média, e é nessa média que se encontra o pròprio da virtude. Da mesma maneira, nòs encontramos nas ações excesso, falta e justo meio-termo. [....]
A virtude é então uma disposição adquirida voluntària, consistindo em relação à nòs mesmos no justo meio-termo, definida pela razão em conformidade com a conduta de um homem prudente. Ela se situa no justo meio-termo entre duas extremidades prejudiciais, uma pelo excesso, a outra pela falta.
- Idem, II, 6, 4-15.
A vida contemplativa
Se é verdade que a felicidade é a atividade conforme a virtude, é de toda evidência que é esta que é conforme a virtude mais perfeita, quer dizer àquela da parte do homem mais alta. Que se trate do espìrito ou de toda outra faculdade de qual parece pertencer por natureza o império, o mandamento, o conhecimento de que o que é o bem é divino; que essa faculdade também seja divina ou o que existe em nòs de mais divino, é a atividade dessa parte de nòs mesmos, atividade conforme a sua pròpria virtude, que constitue a felicidade perfeita. Nòs dissemos que ela é contemplativa.
- Idem, X, 7, 1
Uma tal vida, todavia, poderia estar além da condição humana. O homem então não vive mais na qualidade de homem, mais na medida em que ele possui algum caràter divino; e, tanto esse caràter divino prevalece no que é composto, tanto essa atividade serà excelente com relação àquela que resulta de todas as outras virtudes. Se então o espìrito, com relação ao homem, é um atributo divino, uma vida conforme ao espìrito serà, com relação a vida humana, verdadeiramente divina. Então nòs não devemos escutar as pessoas que nos aconselham, sob o pretexto que nòs somos mortais, de renunciar às coisas imortais. Mas, na medida do possìvel, nòs devemos nos tornar imortais e fazer tudo para viver conforme a parte mais excelente de nòs mesmos.
- Idem, X, 7, 8
Ètica a Nicomaque
Longe de ser um còdigo de moralidade, A Ètica a Nicomaque, de Aristote, se interroga sobre a orientação que a vida humana deve seguir para alcançar a felicidade, designada como um "bem soberano" desejado por ele mesmo. Para Aristote, esta não pode ser alcançada atravéis uma vida de prazeres. Os bens exteriores como os prazeres, as honras, as riquezas são insuficientes. È do ser interior, de certas disposições da alma humana apoiadas por um gênero de vida adequado, que a felicidade deve proceder.
A razão, "pròprio" do homem
A verdadeira felicidade se obtem graças a um modo de vida podendo realizar o que Aristote estima ser a "função" essencial do homem. Essa função, é na alma que ele procura, alma que ele divide em parte racional e parte irracional - àquela da vida e dos desejos orgânicos, suscetìveis todavia de obedecer a razão: é então atravéis ela que se define a pròpria função deles. A felicidade vai consistir dessa maneira em uma vida conduzida conforme a razão. Aristote qualifica de "virtuoso" o homem que segue sua razão. Então é o homem virtuoso que serà feliz.
Na Ètica a Nicomaque, Aristote trata primeiro do controle dos sentimentos pela razão ( livros II até IV ), graças as virtudes morais pròprias a essa parte irracional e adquiridas pelo hàbito. Isso não significa nega-las, mais dar a elas uma justa medida "entre o excesso e a falta": a coragem é dessa maneira o meio-termo entre a temeridade e a covardia, a moderação entre o desregramento e a insensibilidade, a grandeza da alma entre a vaidade e a humildade. Da mesma maneira, o prazer não é negado, pois ele pode se associar a uma atividade honesta ( o pensamento, a pràtica da virtude ) ou a uma profissão. Mais os sentimentos segundo ele excessivos, como o temor da dor ou a procura dos prazeres, devem ser controlados pois eles impedem a vocação humana de se realizar.
A moral de Aristote é então menos uma moral de constrangimento do que um pensamento de realização.Essa realização se faz pela razão (noûs). Atravéis esse argumento, Aristote não compreende a intelectualidade no sentido moderno, mais de uma certa maneira uma parte imortal de nòs mesmos, naturalmente voltada em direção do divino: o espìrito é o centro das virtudes intelectuais: a arte opera a escolha apropriada no bom momento, a ciência demonstrativa,a intuição espiritual dos princìpios ( indução ).
Mais a sua mais alta virtude é a sabedoria, união da intuição e da ciência, de qual a atividade pròpria é a contemplação do divino graças a ciência ( livro X ).
Metafìsica
No livro Metafìsica, Aristote se extasiava diante a felicidade eterna e perfeita de um Deus absorvido em sua pròpria contemplação. È então pela sabedoria que o homem pode participar dessa beatitude, pois sua contemplação se acompanha de um prazer sem mistura. Essa "vida segundo o espìrito" serà então a melhor vida, inclusive porque os deuses saberão recompensar essa escolha radical. È preciso ressaltar que o sàbio de Aristote, ao contràrio do sàbio de Platão, se recusa a toda vida polìtica, sem fugir da vida social: a autarquia divina sendo impossìvel de se alcançar, ele lhe substitui numerosos amigos, ingredientes necessàrios da felicidade.
De uma grande influência na filosofia ulterior, principalmente em Thomas d'Aquin que assimila vida contemplativa e vida monàstica, a ética de Aristote parece ter perdido sua influência hoje em uma sociedade marcada pelo hedonismo. Mais a exigência atual de realização pessoal poderia dar-lhe novamente uma importância.
- O.S -
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