terça-feira, 12 de junho de 2007

Filosofia e Educação

Algumas matérias para reflexão

A Educação humanista

O exemplo de Montaigne (De l'institution des enfants)


Da Instituição das crianças

Introdução

O Humanismo = redescoberta do modelo antigo de humanidades. Século 15 na Itália, em seguida em toda a Europa. Neo-humanismo no começo do século 19, que deixará rastros principalmente na concepção do "lycée" e da cultura geral.
Exemplos de grandes nomes: Pic de la Mirandole, tentando redescobrir a cidadania platônica; Comenius e sua grande didática; Montaigne e sua instituição das crianças.

- Instituição, professor, e educação; crianças: senso moderno, apesar da etimologia latina.

- Contexto: dar conselhos de educação a uma nobre a fim de educar melhor seu filho que vai nascer.

1. "[...] A maior e mais importante dificuldade da ciência humana parece situar-se nesse assunto, onde se trata da alimentação e da instituição das crianças".

1.1 A dificuldade é inerente à educação ela mesma. (p. 63)

1.1.1. O paralelo entre educação e agricultura: facilidade de procriar, variedade nas formas de educar.

1.1.2 O natural humano é imediatamente recoberto pelos costumes, pelos hábitos, e não pode ser forçado.

1.1.3. Na ausência de um conhecimento exato do que a criança pode tornar-se, é preciso lhe apresentar as melhores coisas e as mais aproveitáveis.

1.2. A dificuldade também vem na escolha do preceptor (a).

1.2.1 O objetivo da educação do pequeno nobre: fazer dele um homem hábil em vez de um sábio.

1.2.2 Para alcançar o objetivo fixado na educação, o preceptor (a), deve ter a cabeça bem feita em vez de bem cheia.

1.2.3. O preceptor (a), também deve saber se conduzir.

2. "Eu gostaria [....] que (o condutor) se conduza na sua função com uma nova maneira". (pg. 64).

2.1. O mestre não deve transmitir seu saber pelo saber segundo seu próprio ritmo. (pg. 64)

2.1.1. O preceptor, não deve prejudicar seu aluno com a sua autoridade.

2.1.2. O mestre deve primeiro olhar o aluno evoluir para em seguida ter uma discussão com ele.

2.1.3. A grande tarefa do mestre é de se regular no ritmo da criança.

2.2 O mestre deve se preocupar de seu aluno individualmente.

2.2.1. A crítica do ensino a um grupo de alunos.

2.2.2. O mestre deve se assegurar que a lição foi assimilada e posta em prática.

2.2.3.O mestre deve eventualmente favorecer a suspensão do julgamento.

3. “Sua (a do aluno) instituição, seu trabalho e estudo, só visam a (o julgamento) formá-lo”. (pg. 65)

3.1 Desenvolver o espírito crítico é uma coisa que se realiza no contato com os autores.

3.1.1. Nós aprendemos a julgar quando nos é proposto uma diversidade de julgamentos. (pg. 64)

3.1.2. É preciso fazer seu mel dos ensinamentos de outrem.

3.1.3. "Saber de cor não é saber"; o saber deve recair na conduta.

3.2. Formar o julgamento se faz igualmente pelo exercício e pelo comércio dos homens.

3.2.1. Nós desenvolvemos o julgamento exercendo-se a julgar.

3.2.2. A ações mais comuns dos homens são matérias para aprender a julgar.

3.2.3. As viagens nos países estrangeiros permitem de se confrontar a outrem.

4. "Também é uma opinião de cada um, que não é razoável de alimentar uma criança no colo de seus pais". (p. 65 - 66)

4.1. O amor familial impede que nós submetamos as crianças aos exercícios necessários.

4.2. Adestrar-se nos exercícios é uma preparação necessária às dores da vida.

4.3 A presença dos pais prejudica a autoridade do preceptor.

5. "A escola do comércio dos homens". (p. 66)

5.1. Não se trata para a criança de fazer um papel, mas de se informar honestamente sobre a verdade.

5.2 Nós só devemos ensinar a lutar quando a competição é eqüitativa.

5.3. Nós podemos obter um maravilhoso esclarecimento na freqüência ao mundo.

Conclusão

Montaigne = grande clássico do pensamento francês, com ecos em todos os séculos (Descartes, Pascal, Rousseau, Condorcet, Alain, Morin).

- Uma falta enorme desse pensamento clássico da educação: não ter levado em conta de maneira alguma a função do grupo na educação. Aqui, o contexto rigoroso do ensino é afirmado.

- A idéia de pensar por si mesmo, na filosofia de Kant, por exemplo, não é a mesma na filosofia de Montaigne. Kant diz que nós podemos aprender a filosofar sem aprender as doutrinas filosóficas.

- Ademais, a função do mestre como parteiro dos espíritos, a formação do cidadão, a escola como lugar neutro, o fato que a família educa mal, a importância do exercício é, por exemplo, os pontos importantes nos "Propos sur l'éducation" de Alain.

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